O PIOR NATAL
Não sei avaliar ainda se é deste ano, já que a deprê que me toma conta, impede-me de me ver o que está ocorrendo ao meu redor. Só tenho vaga consciência de que vou passar solitário , em face da moléstia, no máximo em companhia de lembranças indesejáveis.
Sendo que a história ocorrida no Natal que vou narrar ocorreu há muitos e muitos anos,
Trabalhava na filial da Cooperativa Sul-Brasil em Promissão. Às vésperas do Natal, tive que levar documentação de balancete à Matriz na capital.
Terminada a incumbência, fui na rodoviária adquirir passagem de volta. Estavam esgotadas. Só na manhã seguinte. Não liguei muito. Era solteiro e vivia só. Procurei uma pensão aí na Duque, próxima. Ao lado uma lanchonete. Poucos casais. Pedi sanduíche e chope. No palco improvisado, croner, acompanhada de violão, soltava melodias dolorosas para curar dor de cotovelo: Gente Humilde, sucesso de Ângela Maria; De Cigarro em Cigarro, de Nora Ney. Foi o pior e inesquecível Natal...