O PIOR NATAL

Não sei avaliar ainda se é deste ano, já que a deprê que me toma conta, impede-me de me ver o que está ocorrendo ao meu redor. Só tenho vaga consciência de que vou passar solitário , em face da moléstia, no máximo em companhia de lembranças indesejáveis.

Sendo que a história ocorrida no Natal que vou narrar ocorreu há muitos e muitos anos,

Trabalhava na filial da Cooperativa Sul-Brasil em Promissão. Às vésperas do Natal, tive que levar documentação de balancete à Matriz na capital.

Terminada a incumbência, fui na rodoviária adquirir passagem de volta. Estavam esgotadas. Só na manhã seguinte. Não liguei muito. Era solteiro e vivia só. Procurei uma pensão aí na Duque, próxima. Ao lado uma lanchonete. Poucos casais. Pedi sanduíche e chope. No palco improvisado, croner, acompanhada de violão, soltava melodias dolorosas para curar dor de cotovelo: Gente Humilde, sucesso de Ângela Maria; De Cigarro em Cigarro, de Nora Ney. Foi o pior e inesquecível Natal...

Yoshikuni
Enviado por Yoshikuni em 23/12/2018
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