FINDO ANO
É FIM DE ANO! É tempo de escrever textos sentimentais imensos, daqueles que ninguém se interessa por ler até o final. Nem eu. Nem você. Afinal, não interessará a ninguém o fato de que, talvez, tenha eu vivido, nesse findo ano, as experiências mais assustadoramente incríveis de toda essa minha vida incrivelmente assustadora. Não creio que ninguém sentir-se-á realizado com as ínfimas, porém significativas conquistas que obtive ao passo em que fui me permitindo conhecer um pouco mais a fundo (muito pouco) esse universo infindo e tão, ridiculamente, nanico que sou eu. Errei muito! Muito mesmo! Fui egoísta, insensível, ingrato, insípido, imprudente, incoerente, inadequado, impertinente e… é claro, fui penalizado por isso. Perdi coisas, pessoas, lugares… perdi o bonde. Mas o que tem isso a ver com conquistas? Eu respondo: a conquista está em perceber o que precisa ser melhorado; está em visualizar honestamente o caminho que hei de percorrer em busca duma exatidão que, em verdade, sabemos não existir. O tempo muda, a chuva cai e a fera ruge, mas veja, É FIM DE ANO! É tempo de lamentar o lamentável; festejar o festejável, corrigir o corrigível e esperar que brote o fruto. Peça perdão! Agradeça! Realize o sonho de viver e sentir! Nunca se esqueça que o "hoje" já foi um "amanhã" e logo será apenas mais um "ontem"! Não perca de vista a certeza de que cada dia vindouro poderá trazer, no vento, aquele odor; aquela flor; aquele amor; Sim, são bem-vindas as rimas piegas e passageiras. Ora, todo projeto humano obedece as leis da impermanência, da longevidade e da pieguice e, quer saber (?), isso não tem a menor importância, pois agora É FIM DE ANO! E eu desejo que esse texto desinteressante possa desinteressar a quem for perfeito; e que o passar dos dias seja generoso e compreensivo com os aprendizes.
FELIZ VIDA NOVA!