Fui adotada por um cachorro

Sim, eu sei que estamos vivendo tempos difíceis! Mesmo assim “eu fui adotada por um cachorro!”

Não é um cachorro qualquer não! De grande porte, marrom com rajas, olhos castanhos da cor do pelo, que, se bem tratado, se tornaria um belo animal, mas tá lá, na rua, esperando a caridade alheia, sem dono, faminto e cheio de carrapatos!

No Condomínio onde moro, por diversas vezes vi pessoas em caminhada pela manhã com um porrête na mão (nem sei se essa palavra tem acento, mas fiz de propósito, pra dar mais ênfase!), para bater nos cachorros que avançam!!!!!! Sendo que todo dia fazemos cãominhada (Foi erro não, o caso é porque caminhamos, minha irmã, o cãozinho dela - Romeu e eu) e nunca, nunquinha, um cachorro nos avançou. O mais que pode ter acontecido é eles acharem um desaforo o Romeu de vez em quando e de quando em vez pedir braço, mas isso é outra história, Romeuzinho é bebê (café com leite - expressão data àqueles que não fedem nem cheiram).

Bom, voltemos ao assunto da adoção. Quando passávamos por ele dava uma dor no nosso peito ver aquele animal tão triste.... aí minha irmã teve a ideia de alimentá-lo e me entregou numa vasilha um punhado de ração que ele comeu, acontece que a adoção se deu porque “eu” fui a pessoa que lhe entregou a ração, perceberam o entendimento dele? Pois a partir desse dia ele nos acompanha, às vezes na nossa frente, às vezes atrás, sempre na posição de nos defender e assim continua o jogo. Hoje eu fiz questão de pagar a ração, afinal “eu” é que fui adotada, né?

A segunda vez que coloquei a ração à sua disposição, ele olhou, mas ao invés de comer, saciar a fome, optou por nos acompanhar, ou seja, a sua prioridade era nos acompanhar para nos proteger, no melhor sentido de gratidão.

Ah, gente! Esse cachorro vem me deixar em casa, com os olhos implorando pra entrar, mas ainda não dá, cheio de carrapatos, necessita primeiro de intervenção (banho, tratamento, vacinas), enfim, adoção é assim mesmo, leva tempo para maturar a ideia.

Hoje eu coloquei sua ração, mas vi que nem tinha comido a ração toda do dia anterior e perguntei por que? Ele me respondeu com o olhar que só precisava de carinho. Triste, né gente?

Apesar de ser um cão de rua, tem nome, soube hoje, “chocolate”, mas juro por Deus, se um dia eu o adotar vou mudar seu nome, com mais personalidade, pra fazer jus à sua elegância.

O ser humano precisa aprender com os animais, os sentimentos de gratidão, gentileza, amor, fidelidade. Costumo dizer que os animais estão em processo evolutivo mais avançado do que nós, humanos.

Fathma Oliveira

Phb 22/12/2018

Fathma Oliveira
Enviado por Fathma Oliveira em 22/12/2018
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