E O CAFÉ ESFRIOU...

Era sábado, era fim de mês, era fim de ano. Depois de uma breve conversa por telefone marcaram um encontro, um café; assim, poderiam colocar a conversa em dia e matar a saudade, pois, há muito não se viam. E assim foi.

Chegando no local do encontro, ele a aguardava feliz, nervoso, mesmo sendo apenas colegas e um simples encontro para um café, não se sentia confortável, tinha medo de deixar transparecer o que realmente sentia e o que queria com aquele encontro.

Enfim ela chegou!... Bela, radiante, esbanjando vida, exatamente como ele havia imaginado, porém, todo encanto foi quebrado, quando ela disse que tinha pressa, que não poderia ficar por muito tempo, pois, iria almoçar com um amigo.

Ele, naquele momento, frustrado, sem deixar que ela notasse, disse tudo bem, mesmo estando por dentro arrasado.

Ela, preocupada com o horário, consultava seu relógio a cada segundo para não se atrasar para o almoço com seu amigo.

A conversa foi rápida,sobre quase nada falaram; não tomaram café. Ela se despediu e foi ao encontro do felizardo que lhe proporcionaria o almoço e, com certeza, conversas e momentos mais agradáveis teriam...

Depois da despedida, cada qual tomou seu rumo, ele sem rumo, ficou andando, tentando entender o que havia acontecido, e na medida que ia andando se questionava: Por que aquele encontro não terminara da forma que ele desenhou? Será que ele a subestimou ou por ela foi subestimado?...

Assim encerrou-se o sábado, o mês e o final de ano, e a perspectiva de um café, como porta de entrada para se conhecerem melhor, esfriou.