As pernas do julgamento

As pernas do julgamento

Os lacunais vícios e a precipitação de disputas deverão estar em luta com os atuais acontecimentos nacionais, vendo-se entre eles e como um dos mais importantes, senão o mais, o grande (em número de participantes) julgamento dos mensaleiros.

A imprensa deverá explorar esse evento além da conta. Os trajes nem tão íntimos dos ministros do STF deverão ser mostrados no dia-a-dia dos trâmites desse grande processo. E estão ficando de fora os burocratas que sorveram esse escândalo e os recebedores finais dessa dinheirama suja. É muita gente mesmo envolvida!

Melhor coragem é requerida agora por esses ministros. Sente-se o quão cristalizado está o ex ministro José Dirceu; evidenciam-no os que o querem livre, desculpado e forte, novamente. Ao meu ver, o Procurador Geral da República está certíssimo quando lhe supõe ter sido o grande comandante de toda essa safadeza nacional apelidada de “Mensalão”.

O clamor social precisa entrar em crescência cívica. Necessário se faz que todos nós tenhamos agora, bem mais que antes, uma melhor e mais viva percepção da realidade e de seus possíveis desdobramentos.

O governo Lula, ao meu ver, está mais parecendo vinho com água: seu perfume possui menor valor e não se percebe fácil. Mas também é necessário entendermos que o pior dos sonhos é o que não sonhamos. Só aprende a levantar-se e erguer-se quem já tropeçou veementemente. Andar com muletas incomoda. Mas não dá para deixar de enxergar, entre os 40 réus que aí estão, grande parte da cúpula do PT e do governo Lula!

Essa turma se apressou de tal forma que nos fez pensar no que aconteceu com o sexo na atualidade: se apressou tanto que o amor tem vivido preso a uma cadeira de rodas.

O homem é sua obra, boa ou má. O que mais o incomoda é sua sombra baça. O mundo é o palco para suas idéias. Às vezes um grande recomeço nos leva a um fim esplêndido.

Gerações passarão e é esperado que elas remetam até nós e encontrem um saldo admirável de nossas ações. As respostas certas para nossos grandes problemas já estão dentro de nós e o mais difícil é achá-las, o que não invalida o sacrifício de fazê-lo e bem.

Os “pós” são os caminhos do que ainda não foi achado por nossa curiosidade afoita do contemporâneo. Desenhar um futuro melhor é querer dar-se o primeiro grande passo rumo ao encontro das soluções esperadas pelo povo. Os ministros do STF acabaram de entrar nessa estrada e deverão conduzir suas soluções até chegarem a um fim desejoso, socialmente justo, do ponto de vista da lei.

Quando a gente quer, acha e dá ao tempo de fazer algo, a prioridade que desejamos. É por isso que é justo dizer-se que “o tempo” é uma questão de prioridade!

Criar crises, por quê? O que há atrás das evidências? Deve-se tratar a seriedade do ofício, sempre como sendo ele uma reestréia: mais apuradamente e atenciosamente revivido.

O senso da missão justa do homem bom não necessita de descrição ou esclarecimento; seus frutos são recebidos com admiração e apego. É com esse sentimento que devemos esperar o julgamento pelo STF dos 40 brasileiros feitos réus. O que não podemos ver é serem eles tratados, publicamente, a Caviar beluga do Mar Cáspio, essas coisas de que tanto gostam os oligarcas disfarçados de populistas. Eu os vejo como uma grande quadrilha que fez muito mal ao país. Justiça, apenas isso, devem esperar. Emoção à parte, nada de pré-conceitos e julgamentos paralelos como se entre eles não pudessem alguns serem inocentados de quase tudo o que sabemos, fizeram tanto, outros mais culpados!