Um atalho
Durante certo período, enquanto analisava trechos de autores conhecidos e famosos, observei que todos primam pela simplicidade no ato de escrever. Foi um alívio!
Sempre optei pelo texto simples, mas sem pobreza no sentido e nas palavras. A ordem das mesmas é muito importante; arrasam um texto de conteúdo forte ou enlevam algum outro que nada traz de significativo. Coisa comum, entre os experimentos com o uso da língua escrita, por obrigação profissional.
Assim é a língua. Falada de um jeito, escrita de outro às vezes bem diverso, onde todo cuidado é pouco, para um objetivo final convincente.
Tudo isto para chamar Umberto Eco de confuso. Fica difícil acreditar que um homem que escreveu o “Nome da Rosa”, um primor da literatura mundial, tenha afirmado que a internet deu espaço aos medíocres. Deu sim, mas ele não tinha nada que chamar a atenção para isso, é um escritor, não um inquisidor. Uso o tempo presente porque escritores não morrem. Encantam-se, como todos nós.