Conexões

Em uma noite silenciosa, meus pensamentos dançam ao som de recordações, como imagens fragmentadas de uma pintura, contando a história de duas almas, seres que obedeciam seus instintos, inconscientemente, contrastados pelo vinho, inebriados de desejos inocentes, mergulhados no profundo olhar magnético, presos no tempo, não importando quantos grãos de areia escorriam pelos seus cabelos negros, sentindo a noite aquecida pelo verão, mas o vento lhes fazia companhia, sem mais testemunhas. O mar era canção, estrelas e lua enfeitando a festa, momentos que tintas e pincéis não alcançariam os tons originais... A conexão era intensa, quase possível de tocar, se pudessem atravessariam os poros, naquela viciante e alucinógena sensação indescritível.... Não era amor, ainda, mas as portas estavam abertas para recebê-lo, como uma coroação, acima da cabeça, corações livres. A pele era como um solo sagrado, honrando a quem a tocasse, era assim que sentiam, um imenso lisonjeio, sem medos e limites, apenas dignos de ali estar, tomando posse com a ousadia merecida. Após passarem por aquele portal, foram ligados pela eternidade, sem promessas e pretensões, mesmo se os caminhos se partirem, a memória ficará intacta, no museu dos sonhos, e será revivido, até que as pálpebras de fechem.

Lu Veríssimo Art
Enviado por Lu Veríssimo Art em 16/12/2018
Reeditado em 16/12/2018
Código do texto: T6528538
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