Apontamentos sobre educação
É preciso pensar a educação como um investimento futuro, mas que se inicia no presente.
Impossível pensar em uma educação de qualidade deixando o sujeito da aprendizagem às margens dos processos e do que se deseja fazer.
A educação é parte integrante do ser, deve ser pensada e planejada para que esse sujeito se sinta contemplado e integrado em sua plenitude.
A história tem mostrado que o fracasso escolar é resultado de um sistema de educação envelhecido, falido, distante das mudanças constantes da sociedade em seus aspectos socioculturais, políticos e econômicos.
Que tipo de homem e de mulher se pretende construir em diálogo com a contemporaneidade?
A educação necessita pensar que a escola é diversa, complexa e aos mesmo tempo democrática, apta a receber vários modelos de gente e de juventudes ao mesmo tempo, já disputando o mesmo espaço.
O tipo de sujeito a ser construído para o pleno desenvolvimento do protagonismo nas relações sociais deve ser pensada em sua dimensão social, de escolarização, tecnológica, histórica, antropológica e também éticomoral e espiritual.
Pensa a condição social do ser e trazê-lo para dentro do processo de construção de conceitos, definições, descobertas, vivências e atuações sociais. Não fazer deste um mero receptor de informações e armazenador de informações.
O ser escolarizado deve ser educado para o direito da escolha do que quer aprender, como aprender e para que aprender. Os currículos devem ser construídos por várias vozes, ressignidicados nas vivências e descobertas diárias, desta forma, o ator social para ser um sujeito ativo de sua aprendizagem.
O homem é um ser de tecnologia desde os tempos das cavernas. Foi este que descobriu o fogo, a roda, a necessidade da comunicação, a transformação dos utensílios para a caça, construiu a realização e a transmissão das narrativas pela escuta. Inquieto, desenvolveu os sistemas de escrita e a partir dele tanta tecnologia capaz de modificar comportamentos nos tempos mais atuais. Nada disso deve estar fora do espaço da aprendizagem e das mudanças humanas.
Tudo isso dentro de um viés históricos que se modifica de forma dinâmica, necessária, de acordo com as inquietações humanas. Os novos conceitos, as mudanças de foco da sociedade, as novas descobertas, tudo faz parte do homem e da mulher de hoje. Nada é como antes, o tempo muda constantemente porque o homem é um ser histórico. É preciso o acompanhamento dessas mudanças pelas instituições de educação. Quando isso não acontece, a escola envelhece e se perde no tempo.
O pensamento atual impõe outras relações de poder, a ordem do discurso vai tecendo uma nova teia de ideias, ideologias e suscita assim outros novos desafios.
A educação não pode se distanciar da necessidade de inovação constante para mediar a construção desse novo sujeito aprendiz ressignidicado sua ética e sua moral frente aos desafios de hoje.
Esse ser antropo sofre desde o início da era moderna quando foi colocado como o centro do universo, da verdade e das possibilidades de mudanças. Os mais espertos sempre souberam trazer para si esse fato e manipulá-lo.
É desafio da educação construir essa ética e essa moral para os processos de humanização, compreensão do ser pelo ser e pelos outros, exercício da liberdade de existência e modificação do meio.
Nada está determinado para sempre, é preciso compreender a sociedade como a construção, desconstrução e reconstrução de tudo que é descoberto pelo homem.
A escola é um espaço social, está para o processo de construção de conhecimento para que o sujeito possa contribuir nas relações sociais.
É preciso o dialogismo discurso que permita o sujeito conhecer a si, conhecer o outro e juntos pensar em uma educação que transcenda toda essa negatividade.(...)
Marcus Vinicius