Qual a intenção?
Li recentemente a crônica de José Eduardo Agualusa em que ele cita esse trecho da obra de Camões, e fiquei pensando na temporalidade da linguagem.
Luís de Camões (1524-1580) foi um poeta português. Autor do poema "Os Lusíadas", uma das obras mais importantes da literatura portuguesa, que celebra os feitos marítimos e guerreiros de Portugal. É o maior representante do Classicismo Português.
Sim, parece tão atual. As palavras compondo frases, expressando idéias e traduzindo emoções, é atemporal. A liberdade de interpretação para mim, significa poder transitar por épocas distintas deixando fluir a emoção, apenas sentindo. Sentir, pensar, compreender, aprender e me nutrir.
Numa época em que as livrarias estão fechando as portas, reduzindo cada vez mais o contato com os livros impressos. Para mim, não há como substituir o folhear, o toque. Foi manuseando texturas e aspirando o perfume das páginas, tintas, o cheiro das estantes, que desejei aprender a ler. E nunca mais parei, cada livro é um convite para infinita possibilidades. Isso é muito sedutor, cada leitura pode desvendar novos caminhos. Meu olhar muda com o tempo, a interpretação é apenas entre eu e o conteúdo. Nossos segredos nunca serão revelados. Ler é pura intimidade.
Quando menina amava minha estante: capas vermelhas e letras douradas, capas pesadas e ilustrações. Capas são o primeiro contato, o visual atraindo a atenção e propondo o manuseio. Livros seduzem, é assim que funciona com as crianças, visitando as lojas nos shopping, até chegar nas livrarias onde as estrelas são pilhas e mais pilhas, de livros que podem ser tocados. Não estão nas vitrines, nas araras distantes das mãos, estão bem pertinho e é esta proximidade que convida. Olhe, toque, sinta, escolha o que deseja espiar.
Livros seduzem adultos de todas de as idades, gêneros, etnias. Não há nada mais democrático; sou livre para ler o que bem quiser. Fiquei triste quando a Saraiva fechou uma loja no shopping, quando a Letras e Expressões deixou de funcionar nas madrugadas, quando várias outras cederam lugar para magazines e farmácias.
Pensei, será que no futuro terei que me contentar em ler bulas? Porque a cada dia elas estão maiores e mais complexas, as letras miudinhas exigem olhos perfeitos ou a velha lupa. Quero enciclopédias, coleções, quero estantes repletas de promessas de tarde mornas, preguiçosas em boa companhia. Boa e a melhor companhia do mundo:livros.
Nunca li Camões em citações em redes sociais, mas ele está aí provando que as palavras não saem de moda. Interpretar… aí é assunto para uma nova crônica. Hoje fico por aqui. Com Camões.
Li recentemente a crônica de José Eduardo Agualusa em que ele cita esse trecho da obra de Camões, e fiquei pensando na temporalidade da linguagem.
Luís de Camões (1524-1580) foi um poeta português. Autor do poema "Os Lusíadas", uma das obras mais importantes da literatura portuguesa, que celebra os feitos marítimos e guerreiros de Portugal. É o maior representante do Classicismo Português.
Sim, parece tão atual. As palavras compondo frases, expressando idéias e traduzindo emoções, é atemporal. A liberdade de interpretação para mim, significa poder transitar por épocas distintas deixando fluir a emoção, apenas sentindo. Sentir, pensar, compreender, aprender e me nutrir.
Numa época em que as livrarias estão fechando as portas, reduzindo cada vez mais o contato com os livros impressos. Para mim, não há como substituir o folhear, o toque. Foi manuseando texturas e aspirando o perfume das páginas, tintas, o cheiro das estantes, que desejei aprender a ler. E nunca mais parei, cada livro é um convite para infinita possibilidades. Isso é muito sedutor, cada leitura pode desvendar novos caminhos. Meu olhar muda com o tempo, a interpretação é apenas entre eu e o conteúdo. Nossos segredos nunca serão revelados. Ler é pura intimidade.
Quando menina amava minha estante: capas vermelhas e letras douradas, capas pesadas e ilustrações. Capas são o primeiro contato, o visual atraindo a atenção e propondo o manuseio. Livros seduzem, é assim que funciona com as crianças, visitando as lojas nos shopping, até chegar nas livrarias onde as estrelas são pilhas e mais pilhas, de livros que podem ser tocados. Não estão nas vitrines, nas araras distantes das mãos, estão bem pertinho e é esta proximidade que convida. Olhe, toque, sinta, escolha o que deseja espiar.
Livros seduzem adultos de todas de as idades, gêneros, etnias. Não há nada mais democrático; sou livre para ler o que bem quiser. Fiquei triste quando a Saraiva fechou uma loja no shopping, quando a Letras e Expressões deixou de funcionar nas madrugadas, quando várias outras cederam lugar para magazines e farmácias.
Pensei, será que no futuro terei que me contentar em ler bulas? Porque a cada dia elas estão maiores e mais complexas, as letras miudinhas exigem olhos perfeitos ou a velha lupa. Quero enciclopédias, coleções, quero estantes repletas de promessas de tarde mornas, preguiçosas em boa companhia. Boa e a melhor companhia do mundo:livros.
Nunca li Camões em citações em redes sociais, mas ele está aí provando que as palavras não saem de moda. Interpretar… aí é assunto para uma nova crônica. Hoje fico por aqui. Com Camões.