Esta semana sofri um acidente de carro, estava no banco do carona e a colisão foi toda do meu lado; eu não consegui sair pelo lado lado do motorista. Com o impacto, os músculos contraíram  e travei a lombar. Engoli logo o medicamento para tentar controlar a dor, tentei ficar imóvel até a chegada dos bombeiros, - e a parte mais complicada-, procurei me acalmar e não entrar em pânico.

Sabe aquelas cenas que a gente assiste nos filmes de ação? Pois é, quando vi os bombeiros desconectando os cabos da bateria do carro, suspirei fundo e relaxei mais um pouquinho. Sim, percebi os líquidos escorrendo pelo asfalto.
Depois disso a ambulância dos bombeiros chegou; os enfermeiros me ajudaram a sair, prestaram socorro e na ausência de fraturas e contusões; respirei aliviada.

Sabe quando a gente  sente a vida fugindo,  percebe que no próximo segundo o desastre vai acontecer, e não há como impedir? Não dá tempo de  orar, pensar em filho, no que vai deixar para trás, no que deixou de fazer, não há mais tempo para  pedir desculpas nem aproveitar mais um pouquinho. E o impacto acontece.

Pensei, repensei e acho que vou lembrar por um bom tempo da sensação de esvaziamento, da impotência diante do inesperado, do pedacinho do céu que eu conseguia enxergar de onde estava.  Uma coisinha à toa por detrás das folhagens das árvores, mas que naquele momento, era a sensação de liberdade que me motivou enquanto permanecia presa no carro.

Estou saindo dessa experiência com um olhar mais cuidadoso, renovando a intenção e o propósito. Redesenhando a vida, experimentando cores e nuances. Renascendo.
Giselle Sato
Enviado por Giselle Sato em 14/12/2018
Reeditado em 27/12/2018
Código do texto: T6526589
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