Time Traveler
Em minha primeira viagem, em desdobramento, me vi em um túnel luminescente, de cores variadas, em espiral vertical, hora ascendente, hora descendente. Dentro dela eu era passageiro. Sentia que a velocidade era altíssima. De repente, uma freada instantânea e a espiral se desfez. Estava em uma floresta sob intensa nevasca. Caminhei a procura de abrigo, sentia meus pés congelando. Escureceu, não sentia medo, estava sereno. Ao longe avistei uma pequena luz, meus pés afundavam na neve. Com moderada dificuldade, cheguei em uma cabana de onde a luz provinha. Insistentemente bati na porta, ninguém atendeu. A mesma abriu sozinha e eu entrei. Lá dentro a claridade não vinha de um lugar específico e a temperatura era agradável. Tentava identificar o tipo e a textura das paredes, mas foi em vão. É difícil descrever. Parecia-me que toda a cabana era viva e se comunicava comigo internamente. Uma parede, em especial, chamou-me a atenção. Ela era vermelha. No centro, do piso até o teto havia um relógio muito estranho. Ele era retangular. Media cerca de um metro de largura por quase três de altura. A cor de tal relógio era marrom clara. Ele era aberto e podia-se ver seu interior. Era todo em espiral descendente de 1 a 12 e assim sucessivamente de forma a perder de vista. Infinitos ponteiros movimentavam e todos apontavam para o norte. O norte chamava-se. Era um convite a entrar dentro do relógio, entrei.