MEU FILHO
(Para minha amiga ANA, que sem querer sugeriu um ótimo tema.)
Somente uma mãe pode saber o que eu sinto agora. Aquela que acalentou um sonho por vários meses, que viu o sonho crescendo, se desenvolvendo, tomando forma...
Somente uma mãe pode saber o que é ter algo arrancado de dentro de si, e ver esse algo vir à lume, qual criança nascida em parto de alta periculosidade, com dores e dificuldades...
Somente uma mãe pode saber o que se sente nessa hora, a certeza de que isso é apenas o princípio das preocupações, pois todo rebento exige atenção, cuidado, carinho, acompanhamento constante, noites mal-dormidas...
Somente uma mãe pode saber o que é olhar a todo minuto para o objeto do seu desejo, e nunca se cansar de admirar a sua beleza, e olhar, e olhar, até chegar o sono...
Somente uma mãe pode saber o que eu sinto agora, um misto de orgulho e medo. Orgulho, pois afinal de contas é uma extensão de mim mesmo, é o meu nome imortalizado. Medo, por não saber o que o futuro reserva...
Somente uma mãe pode saber o que é receber a notícia de que o filho anda por aí, solto no mundo, levando o seu nome, espalhando suas palavras ao vento...
Somente uma mãe pode saber o que eu sinto agora, ao ver o meu primeiro trabalho publicado em livro...