Nunca sabemos exatamente, se queremos ser entendidos e desabafar, ou então, desabafar e eventualmente sermos entendidos. Entre uma explicação e a reticência existe um abismo profundo, repleto de sentimentos contraditórios.
Não sabemos se desejamos uma narrativa descritiva e exterior ou uma profanação íntima e abstrata. Se divagamos sobre os milhões de tons de azul do céu, que aliás, é meramente ilusório. Ou, se discorremos sobre os fatos, a importância e a consequência deles. Se seguirmos os passos da ciência,
que é exata, empírica e justa. Ou se trilhamos os caminhos literários, abstratos, confusos e fugidios. Se vale a pena, a simples poesia. Ou, se o lirismo é uma culpa tardia recheada de questionamentos sem resposta. De todo jeito, escrever tornou-se uma compulsão... é como se pudesse deduzir a equação para finalmente achar o sentido preciso de viver. As vezes, apenas acredito que a palavra certa, no momento exato pode ser a salvação. Ou então, mais um momento disperdiçado e uma forma de escapar da morte fatídica.