UM CAIPIRA NA CAPITAL: NA SUPERINTENDÊNCIA DO BB
Trabalhava na agência de Lins, das sete às treze horas para advogar à tarde.
Às vezes, sem sequer almoçar, corria para o Fôro. Isso foi-me esgotando.
Até que me ofereceram o cargo de advogado em Três Lagoas. Como não era obrigado assinar o ponto e não havia pendência jurídica, só ia às sextas- feiras. Caso algo surgisse, era só telefonar-me que iria imediatamente. Mas o gerente começou a implicar. Queria que fosse todos os dias.
Como viajava de ônibus, certo dia sentei-me ao lado de uma pessoa e conversando soube que era também funcionário do Banco de Brasil com alto cargo administrativo na Direção Geral. Tinha nascido em Lins e possuía sítio próximo.
No fim, acabou convidando –me para ser Assessor na Superintendência.
A sede era na Avenida Paulista, esquina da Augusta. Quando vi a avenida à noite fiquei deslumbrado.
Bacharel em Direito, formado em Letras imaginava poder exercer com eficiência as funções de assessoria. Puro engano. O serviço era complicado. Existia pessoas bem habilitadas. Com Mestrado em diversas áreas.
Mas o estágio foi excelente para poder exercer a gerência mais tarde sem receio algum.
Não tive muita sorte . Tive problemas na família , minha filha teve que passar por duas intervenções cirúrgicas na Beneficência Portuguesa. O Fernando Pizza , conseguiu uma ambulância para levá-la à capital. O Kendi Kawao que conhecia bem São Paulo serviu de cicerone ao motorista e ficou alguns dias me assistindo. Aquele tempo não existia GPS.
Morando praticamente lá no hospital, num amplo apartamento. Dormia, alimentava-se, e saía para o meu trabalho. Tive apoio de muitos colegas: Lancellot, Ideal, Chico Cardoso,Sato, Trintim, Pinoti, Azzuz, o Paulinho.
Antes de dois anos estava de volta para o interior:Promissão. Não cheguei a me mudar . Viajava todos os fins de semana. Já contei o que ocorreu a partir daí.