Numa manhã silenciosa
Assim, como as manhãs são silenciosas…
Despertarás, numa manhã pateticamente cinzenta e fria…
Com um sol desbotado, lutando para aquecer aqueles que o observa,
Verás quão silenciosa, em particular aquela manhã está…
Notarás a falta de um canto, aquele mesmo canto que por muitas vezes te colocou a dançar, te fez sonhar e cantarolar…
Seguia aquela melodia, com acordes que te falavam ao íntimo, se entregava e sorria…
Mas, aquela manhã apurou os seus ouvidos, fechos os olhos para ouvir melhor…
E, nada…
Nem uma canção, apenas o silêncio trazendo um certo vazio…
Uma sensação de oco, incompletude…
Se colocou a pensar e percebeu, que a melodia havia diminuído com o passar dos dias, mas com tantas preocupações e tarefas do dia a dia, não se deu conta. Não sabia dizer, se fazia dias que não ouvia aquela canção, ou se foi somente aquele dia.
Tudo se silenciou em ti, percebendo que nada mais seria como antes, que mesmo que ouvisse aquela música, não seria a mesma coisa, nem na mesma voz…
Quando tomou consciência, que não dava tanta importância, quando a tinha sempre ali, encantando seus ouvidos… Percebeu, que perdeu algo precioso, que só notará quando restou apenas o silêncio…
Quando naquela manhã cinza e pálida, aquela quietude lhe incomodou…
O silêncio, não falava… Ele lhe gritava verdades, que não tinha visto e isso lhe doía.
Seria tarde, para se trazer aquela melodia para sua vida, para tornar suas manhãs menos silenciosas?
Ainda haveria tempo?
Dependia apenas, do quanto estava disposto a lutar por isso.
_ Rê Ferry
10/12/18