AS VANTAGENS DE CONHECER OUTROS RECANTOS
Quando cheguei ao Norte do Paraná pela primeira vez na década de oitenta, para instalar uma agência do BB, foi um deslumbramento.
Cidade pequena, mas movimentada. Terra roxa. Só pequenos proprietários, cafeicultores. Só usavam carroças, charretes, tratores. Na época das chuvas as estradas ficam intransitáveis. Carros eram raros.
Logo nos primeiros dias soube também que assaltos a bancos eram corriqueiros.
Apresentei-me ao Delegado de Polícia local. Era conhecido como delegado de calça-curta. Leigo, nomeado por política. Quando mostrei-lhe minha carteira de advogado =OAB-SP 19004 – fui bem atendido. Sempre comparecia na agência, pedindo para fazer-lhe ofício ao Juiz da Comarca. Assim também fiz-lhe uma oferta: daria 200 litros de gasolina por mês à Delegacia se o carro da polícia ficasse à frente da agência, com dois PMs, durante o expediente. Os assaltantes davam preferência às outras agências.
Às sextas-feiras, após o expediente, reuníamos na área ao fundo e lá pela primeira vez saboreei o tal de Genglis Khan – filé de carne, bem temperado, em tiras finas e assado em uma espécie de churrasqueira com furinhos.
Após dois anos, estava em Palestina –SP – onde conheci outro prato delicioso: a tal de galinhada. De galinha caipira, criada solta ciscando pela zona rural, em grandes panelas de ferro. Com arroz. Todos os domingos era em determinado sítio.
De Lins, o que tenho saudade é a corvina assada em brasa que o prof° Cezário Toshio Maeda sempre tinha à disposição dos amigos em sua casa. Ele pescava aos montes na orla dourada. A churrasqueira ficava acesa o dia inteiro com os peixes empilhados. Era só chegar e saborear, principalmente à tardinha.