O ANTICOMUNISMO

Assisti ao vivo pelo youtube o encontro da Cúpula Conservadora das Américas, em São Paulo. Estavam lá conservadores de vários países, representantes do conservadorismo da direita, liberal e monarquia.

A reunião, apesar da boa articulação dos falantes, parecia um encontro de estudantes do ensino fundamental brincando de discutir política, tamanho os absurdos anacrônicos que discorriam sob aplausos de uma maioria jovem e alienada.

Concordo que o tema 'comunismo' deva ser debatido como fato histórico, que Marx e Engels possam ser contestados em suas ideologias, que o sistema de produção capitalista é mais viável porque não divide a sociedade em classes, tudo é plausível de discussão, mas não pode passar disso.

Acontece que quem estava ali, falando ou ouvindo, acredita mesmo que os comunistas estão do lado de fora, estão se organizando para implantar a ditadura do proletariado. Assistir ao debate é parecido como assistir um filme da década de 1950 sobre conspiração soviética.

Os expectadores virtuais, onde eu estava incluído, dão um show dos horrores com seus comentários surreais, falta de conhecimento histórico, limitação cognitiva. Soltam clichês anticomunistas a todo momento, repetem frases do 'guru' Olavo de Carvalho como se estivessem assinando um manifesto.

E isso não está só em uma parte da Academia não, Eduardo Bolsonaro falou nos Estados Unidos, que o Brasil jamais voltará a ser 'socialista'. Fiz uma intervenção no 'chat' do Encontro sobre essa frase e indaguei em que época o Brasil foi socialista. Fui detectado como comunista e começou o xingamento e a baixaria.

Temerária uma juventude que se guia por orientações de fascistas, fundamentalistas neoliberais e senhores monarcas. A intolerância, racismo, autoritarismo, xenofobia e, sobretudo, a violência, são capítulos destacados do catecismo da doutrina fascista.

RIcardo Mezavila.

Ricardo Mezavila
Enviado por Ricardo Mezavila em 09/12/2018
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