Caminhando pelo Méier essa semana, não reconheci as ruas onde cresci; várias lojas fecharam as portas; deram lugar às farmácias, temos mais farmácias que padarias. Isto significa que estamos mais doentes ou que deixamos de comer nosso pãozinho? Tempos estranhos.
Há pouco tempo, dar uma olhada nas vitrines, significava ver a moda; agora pode ser espiar as novidades nas prateleiras das drogarias. Olhar um antigases, ver as promoções de laxantes, xaropes, relaxante muscular e analgésicos.
Se existe um lugar que vive lotado, este lugar são as farmácias; as pessoas entram e saem de quase todas, comparando os preços que variam até entre lojas da mesma rede. Da mesma rede, do mesmo bairro e muitas vezes na mesma calçada. Isso não é estranho?
Meu passeio pela rua principal não estava nada agradável, quase todas as lojinhas deixaram de existir; mas uma em especial tocou meu coração. Lembro desta com carinho, porque era onde minha avó costumava comprar vestidos, anáguas, cintas e meias finas. Fomos juntas infinitas vezes, o ponto máximo do passeio era o lanche na padaria Imperator.
Café com leite e um doce: mil folhas, bomba de chocolate, sonho de creme ou pão de doce de frutas. Como eu amava aqueles dias, meu momento mágico era simples, mas de uma doçura infinita.
Andar pelas rua Dias da Cruz, dar uma espiada rápida naquela loja, era como voltar no tempo, eu sabia que ela estava lá. De certa forma, me confortava rever a fachada antiga, os manequins preservados, tudo parte da minha história. As cidades tem memória, todos os países preservam seus prédios históricos, ruas de pedras, prédios do início do século.
Desta vez foi diferente, a vitrine da loja de artigos femininos, como minha avó falava, estava vazia; havia um recado manuscrito que me apressei a ler: ‘’Queridas clientes, agradecemos a preferência por 55 anos, sentimos muito mas estamos nos despedindo’’.
Confesso que doeu, o Rio de Janeiro tem me deixado triste, está tudo quebrado, sujo e abandonado. Triste.
Me despedi daquele pedacinho de lembrança, torcendo para não ver mais uma farmácia no lugar. Definitivamente, vivemos tempos estranhos.
Há pouco tempo, dar uma olhada nas vitrines, significava ver a moda; agora pode ser espiar as novidades nas prateleiras das drogarias. Olhar um antigases, ver as promoções de laxantes, xaropes, relaxante muscular e analgésicos.
Se existe um lugar que vive lotado, este lugar são as farmácias; as pessoas entram e saem de quase todas, comparando os preços que variam até entre lojas da mesma rede. Da mesma rede, do mesmo bairro e muitas vezes na mesma calçada. Isso não é estranho?
Meu passeio pela rua principal não estava nada agradável, quase todas as lojinhas deixaram de existir; mas uma em especial tocou meu coração. Lembro desta com carinho, porque era onde minha avó costumava comprar vestidos, anáguas, cintas e meias finas. Fomos juntas infinitas vezes, o ponto máximo do passeio era o lanche na padaria Imperator.
Café com leite e um doce: mil folhas, bomba de chocolate, sonho de creme ou pão de doce de frutas. Como eu amava aqueles dias, meu momento mágico era simples, mas de uma doçura infinita.
Andar pelas rua Dias da Cruz, dar uma espiada rápida naquela loja, era como voltar no tempo, eu sabia que ela estava lá. De certa forma, me confortava rever a fachada antiga, os manequins preservados, tudo parte da minha história. As cidades tem memória, todos os países preservam seus prédios históricos, ruas de pedras, prédios do início do século.
Desta vez foi diferente, a vitrine da loja de artigos femininos, como minha avó falava, estava vazia; havia um recado manuscrito que me apressei a ler: ‘’Queridas clientes, agradecemos a preferência por 55 anos, sentimos muito mas estamos nos despedindo’’.
Confesso que doeu, o Rio de Janeiro tem me deixado triste, está tudo quebrado, sujo e abandonado. Triste.
Me despedi daquele pedacinho de lembrança, torcendo para não ver mais uma farmácia no lugar. Definitivamente, vivemos tempos estranhos.