PATRIÓTICO ! MAS...NEM TANTO
(DA SÉRIE:MEMÓRIAS DA MINHA RUA)
Aí a gente vai ficando velho e as lembranças começam a fluir entre uma guloseima e outra.
Lembrava agora de um casal muito querido que eram compadres de meus pais e, pra variar, moravam na "Rua do Fomento".
Dona Virgínia,a esposa,(fazia charutos deliciosos envoltos em folhas de parreira,cujas folhas eram fornecidas em nosso pomar e depois retribuidas com farta tigela dos petiscos prontos que seguiam rigorosamente à uma receita árabe)adminstrava com o senhor Xeque,seu esposo,uma pequena venda naquelas imediações.
Ela cuidava dos afazeres domésticos,enquanto ele comandava o modesto estabelecimento.
Segundo consta,o senhor Xeque era do tipo "engraçadinho",chegado a umas tiradinhas típicas à quem é do gênero.
Um pouco adiante morava um casal:Dona Esperança e o senhor Augusto.
Sempre que saíam de casa,Augusto não dispensava um cajado de peroba,polido de uso.
Dona Esperança,cheirosa e bonitona,fora agraciada pela natureza com uma região glútea digamos...Montanhosa.
Assim,a cada passagem pela venda,o senhor Xeque não se continha e com o vozeirão que lhe era peculiar assediava a vizinha com um pequeno e conhecido refrão:
" Salve lindo bundón da Esperança !...Salve símbolo augusto da paz".
Assim iam-se passando os dias. O vendedor louvando as proeminências da vizinha ,esta apenas ouvindo sem nada contestar.
[ Diziam até que sentia-se envaidecida ]
Certa feita,numa tarde ensolarada,sob uma sombrinha colorida,eis que cruza a Esperança em frente ao boteco.
O árabe de forma vibrante, entoa a conhecida melodia:
"Salve lindo bundón da Esperança!!!"
Ao perceber que Augusto e seu cajado vem logo atrás,completa:
"Salve o pau que o Augusto nos trás".
E num disfarçe rápido vira logo para um hino de igreja,numa cantiga arrastada:
"Queremos Deus,homens ingratos..."
Ao que o inocente do Augusto,apoiado no cajado,complementa do meio da rua:
"Da nossa fé oh! Virgem///O brado abençoai..."
E juntos, o árabe e o Augusto entoam com firmeza:
"Queremos Deus,que é o nosso rei///Queremos Deus que é o nosso Pai".
Esperança,entusiasmada,comenta com Augusto:
“Que vozeirão tem esse turco !”
Virginia que lavava a louça (e conhecia os gracejos do esposo) quase morrendo de rir lhe diz:
-Quebrastes a vassourinha,velho assanhado!"
PS.Segundo consta essas ocorrências são do tempo em que era eu apenas um projeto de coisa feia prestes a vir à luz dos dias.
Em tendo vindo,mais tarde ouvia tais relatos por ocasião das visitas dos compadres,sempre regadas à chimarrão,café,bolinho da graxa,pão, doce de pera,charutos,pinhões...
Vixe !
(DA SÉRIE:MEMÓRIAS DA MINHA RUA)
Aí a gente vai ficando velho e as lembranças começam a fluir entre uma guloseima e outra.
Lembrava agora de um casal muito querido que eram compadres de meus pais e, pra variar, moravam na "Rua do Fomento".
Dona Virgínia,a esposa,(fazia charutos deliciosos envoltos em folhas de parreira,cujas folhas eram fornecidas em nosso pomar e depois retribuidas com farta tigela dos petiscos prontos que seguiam rigorosamente à uma receita árabe)adminstrava com o senhor Xeque,seu esposo,uma pequena venda naquelas imediações.
Ela cuidava dos afazeres domésticos,enquanto ele comandava o modesto estabelecimento.
Segundo consta,o senhor Xeque era do tipo "engraçadinho",chegado a umas tiradinhas típicas à quem é do gênero.
Um pouco adiante morava um casal:Dona Esperança e o senhor Augusto.
Sempre que saíam de casa,Augusto não dispensava um cajado de peroba,polido de uso.
Dona Esperança,cheirosa e bonitona,fora agraciada pela natureza com uma região glútea digamos...Montanhosa.
Assim,a cada passagem pela venda,o senhor Xeque não se continha e com o vozeirão que lhe era peculiar assediava a vizinha com um pequeno e conhecido refrão:
" Salve lindo bundón da Esperança !...Salve símbolo augusto da paz".
Assim iam-se passando os dias. O vendedor louvando as proeminências da vizinha ,esta apenas ouvindo sem nada contestar.
[ Diziam até que sentia-se envaidecida ]
Certa feita,numa tarde ensolarada,sob uma sombrinha colorida,eis que cruza a Esperança em frente ao boteco.
O árabe de forma vibrante, entoa a conhecida melodia:
"Salve lindo bundón da Esperança!!!"
Ao perceber que Augusto e seu cajado vem logo atrás,completa:
"Salve o pau que o Augusto nos trás".
E num disfarçe rápido vira logo para um hino de igreja,numa cantiga arrastada:
"Queremos Deus,homens ingratos..."
Ao que o inocente do Augusto,apoiado no cajado,complementa do meio da rua:
"Da nossa fé oh! Virgem///O brado abençoai..."
E juntos, o árabe e o Augusto entoam com firmeza:
"Queremos Deus,que é o nosso rei///Queremos Deus que é o nosso Pai".
Esperança,entusiasmada,comenta com Augusto:
“Que vozeirão tem esse turco !”
Virginia que lavava a louça (e conhecia os gracejos do esposo) quase morrendo de rir lhe diz:
-Quebrastes a vassourinha,velho assanhado!"
PS.Segundo consta essas ocorrências são do tempo em que era eu apenas um projeto de coisa feia prestes a vir à luz dos dias.
Em tendo vindo,mais tarde ouvia tais relatos por ocasião das visitas dos compadres,sempre regadas à chimarrão,café,bolinho da graxa,pão, doce de pera,charutos,pinhões...
Vixe !