LOUCA, EU?
Ok, sei que alguns colocarão em dúvida minha sanidade mental. Tudo bem, nessa vida aprendi a abstrair certas coisas e prestar mais atenção em tudo que me alegra o coração.
Pois bem, descobri, por exemplo, que independente do lugar onde estejamos, a felicidade não marca território. Podemos viver a chorar em grandes palácios como também, gargalhar felizes em simples casebres.
Muitas vezes ouvi dizer que Paris, Cidade Luz, ilumina qualquer sorriso, acaba com qualquer tristeza. Grandes mentes com seus variados processos de criação no que diz respeito às artes, durante séculos, passaram por Paris. A cidade de fato é inspiradora. Mas o meu modo de apreciar o belo nem sempre coincide com a maioria.
Talvez, eu seja um caso a ser estudado. Minha felicidade independe da minha localização geográfica. Já viajei bastante e infelizmente, acho que nem sempre, um lugar bonito tem o poder de curar um coração entristecido. Penso que independente do lugar aonde se queira ir, é preciso que se vá com a alma leve, com o coração e mente abertos.
Das viagens que fiz, nem todas foram legais, no entanto, consegui apreciar, aprender e guardar belas lembranças de cada uma delas. Mas a mais linda recordação que trago das minhas voltas pelo mundo, o que mais me impressionou não foi a Cidade Luz, apesar de bela e encantadora. A imagem que até hoje carrego entre minhas melhores lembranças, talvez, a mais linda de todas, tenha sido quando num belo amanhecer ensolarado, sobrevoei a Cordilheira dos Andes. A linda imagem dos primeiros raios de sol, iluminando o contraste da neve com as montanhas, é impressionantemente bela.
E extasiada, apreciando toda aquela grandiosa beleza, naturalmente concebida, pude então ter a certeza da nossa pequenez diante desse maravilhoso e misterioso Universo.
Elenice Bastos.