GRAFEMAS.

GRAFEMAS.

Mas que palavra esquisita será essa?

Aqueles que com a língua portuguesa possuem profunda intimidade, devem saber o significado dessa estranha palavra. Mas aposto que muitos ficaram na dúvida quanto a verdadeira definição do que venha a ser “Grafema”. Pois bem, matando a curiosidade daqueles que nunca viram nem ouviram falar desse tal de “grafema”,(sim, é masculino) aí vai o significado. GRAFEMA: menor unidade gráfica que faz parte de um sistema de escrita. Pronto, revelado o mistério...

Mas que idioma complicado é esse nosso português. Não à toa, alguns estrangeiros têm tanta dificuldade com a nossa língua. O português é confusamente lindo, rico e complicado. E, como é!

Por essas e outras, tento nos meus escritos descomplicar e me fazer entender de um jeito simples e direto. Ainda assim, erro. E, como erro! Pois é, às vezes, até que tento uma escrita mais culta, rebuscada, com palavras difíceis. Confesso; inutilmente. Pois, quando enfeito demais, a construção fica um tanto quanto artificial e superficial. Lembrando uma correspondência puramente informativa, sem qualquer teor sentimental. O tipo da escrita que cinco minutos após a leitura perde-se na memória, apaga-se instantaneamente.

Por isso, vou à caça das palavras com as quais eu consiga uma identidade emocional. Palavras que de tão simples e singelas, dispensam tradução mas despertam os sentidos e afloram emoções. Algumas, apesar de toda simplicidade, tornam-se intraduzíveis gramática ou verbalmente. Por exemplo, a palavra SAUDADE. Segundo dizem, a palavra saudade existe somente no nosso português. E como conseguiríamos melhor traduzi-la senão, pelos sentidos? Sentimos saudade de lugares, de tempos passados, de momentos vividos, de cheiros e de pessoas. Traduzimos melhor a saudade dos lugares, voltando ao local e revivendo as cenas. No caso de um amor, melhor definimos a saudade, na lembrança da intensidade de um abraço, no calor de um beijo, no encontro dos olhares e nas declarações de juras eternas de um amor infinito.

Mas a pior das saudades, penso eu, deve ser a saudade do que não foi. Saudade daquilo que poderia ter sido. É uma saudade vazia, onde não há do que se lembrar...

Bem, a saudade foi só um exemplo. Existem no nosso digníssimo e respeitável português, incontáveis palavras com seus devidos significados. Continuo preferindo aquelas que quando lidas ou ouvidas, despertam em mim, imediata emoção...por mais que já tenham sido escritas, faladas ou traduzidas.

Elenice Bastos.