Crônica mãe Maroca a velha Totonha de Malhadina
Crônica mãe Maroca a velha Totonha de Malhadina
Poeta Antonio Agostinho
A nossa casa em Malhadinha era visitada por muita gente boa, gente como mãe Maroca que ia contar suas histórias picantes para fazer a gente rir e ficar mais feliz. Tia Marica não dava muita crença as histórias de mãe Maroca porque a tia Marica só acreditava nos livros, nos seus cordéis ou em outro tipo de história. Eu ficava feliz com a presença de mãe Maroca e muito mais com a sua conversa galante que fazia eu m lembrar da velha Totonia de José Lins do Rego, o nosso maior contador de história de todos os tempos. Enquanto a tia Josefa fazia um bom café mãe Maroca contava umas vinte histórias que eu decorava quase todas para depois fazer versos cheios de humor. Mãe Maroca foi a minha velha Totonia de Malhadinha durante todo o meu tempo de menino. A nossa contadora de história era uma visita constante em nosso lar e era bem quista tanto por mim como pela tia Josefa que a queria muito bem e tinha um apreço enorme pela velhota que nunca esqueceu a nossa gente e sobretudo a tia Ana com quem ela se dava muito bem. De minha parte nunca critiquei mãe Maroca nunca ela teve queixa de mim porque eu a respeitava e ouvia a sua conversa tola sem reclamar, sem fazer crítica, embora eu tivesse toda certeza que aquilo não tinha sentido algum. Foi essa mãe Maroca a minha primeira contadora de história que ficou no meu cérebro de poeta popular e artista da gente humilde