Num desses dias que as pernas amanhecem bambas, os pensamentos soltos a flutuar no horizonte, consegui a áfrica de levar um tombo absolutamente bobo ao sair de um táxi... E o motivo foi ao sair pisar num boeiro completamente frouxo, desencaixado e balouçante... a tampa saiu do lugar e eu cai com derrière no chão...

Por um momento, pensei: ai, meu deus tenho que verificar se não quebrei nada. Pois com a idade, comentam os geriatras que os ossos enfraquecem... e, do alto de meus quase 1,80 e dotada de setenta quilogramas... temi... Mas, só ralei os joelhos e nada mais... Sentia-me como uma menina que usa salto alto pela primeira vez...

Uma debutante desajeitada que se inspirava nas pernas de Garrincha enquanto caminhava em pretensa elegância de moça. Surgira então, um rapaz daqueles dois andares, muito alto, provavelmente uns dois metros de altura... que cavalheirescamente esticou a mão e ergueu-me como eu fosse uma pluma.

Agradeci enrubrecida, e ele com a finess de um gentleman falou: Não lembra de mim, professora? Eu ainda rubra e doravante abobada, disse-lhe... querido, não sou professora de basquete... E, então, ele falou: Eu sei! Estudei com a senhora na Veiga de Almeida nos idos de 2004... Agradeci novamente, e perguntei o seu nome: E. M..

Ah... agora me lembrei, o italianão do fundo da sala... E, aí... como vai? Advogando professora. Mas, fiz concurso e vou ser Defensor lá em Pernambuco... Que bom... Tome meu cartão... mantenha contato. E, mais uma vez muito obrigada...

Aproximei-me da porta e o sensor a abriu, shazam... Esse mundo é uma província, e eu ainda, levo tombos. Arre...Oh, vida...
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 29/11/2018
Reeditado em 16/08/2019
Código do texto: T6515132
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