O Dolo e a Culpa dos Homens
Crônicas: O Dolo e a Culpa dos Homens
Toneladas passeiam pelas altas profundezas do mar a se aliviar nos saltos que dão sobre as águas. É a beleza dos mamíferos de enorme fôlego a inspirar o ar e que não são capazes de virar os iates à vela que desfilam na superfície do mar com seus opulentos viajantes, elas apreciam os cascos e não têm a noção do perigo que passam quando o luxo das embarcações dispersa o lixo.
Quando veem as pequeninas criaturas a se equilibrar nas tábuas de fibras, seus olhos se encantam tal a proeza das peripécias dos seres que se divertem apenas, ao contrário dos que repetem a cena de lançarem um montante de plásticos do interior dos navios ornamentados de riqueza a se alimentarem dos polvos, lagostas e outros valiosos crustáceos.
A princípio não se percebe a nocividade do ato, contudo um estômago gigante vai pouco a pouco armazenando o que não se absorve e morre antes de poder pedir socorro aos navegantes que quando deixam de ouvir o som do melão não entendem que cometeram homicídio culposo.
Um corpo mastodôntico da Cachalote a emergir em câmera lenta em direção a praia deixa o mundo assustado com a impunidade. Não se pensa no ecossistema da mesma forma que se pensa em si, cuida-se do corpo humano com se fosse possível retardar a morte, todavia não se zela a natureza.
Uma Baleia morta com quilos de garrafas PET, chinelos, copos e sacos consumidos não sensibiliza o homem que fere dolosamente o meio ambiente.
“ Só quando a última árvore for derrubada, o último peixe for morto e o último rio for poluído é que o homem perceberá que não pode comer dinheiro.”