O CHATO
A conversa à mesa na pizzaria era: a Fulana é a pretendente do Sicrano.
-Ah, essa moça eu conheço, amor -Disse à minha esposa.
E o rumo do bate-papo foi para os motivos de não ter dado certo a paquera dos dois colegas enamorados.
-Acho que ela é chata -Eu disse, peremptório.
-Como assim, amor?
-Sei lá, tem tanta gente chata, hoje. E simplesmente digo: ela é chata. Por isso nosso colega não quis ficar com ela.
-Mas você também é chato.
Parei, respirei fundo com o golpe no esôfago, mas não podia perder a compostura.
-Defina chato!
-Sei lá.
-Bem, chato não seria alguém que é encanado com tudo, cismado? -Eu disse.
-É, talvez sim.
Então foi assim que terminou minha conversa.
Em seguida, minha esposa inventou algo como tirar uma foto com a amiga e lá ficou conversando.
Isolado, num canto da grande mesa, reflito: acho que preciso rever meus conceitos. E aquela coisa de quem, quando, como, onde, por quê e para quê?