Os dias que não houve
A criação de um calendário, onde dias, meses e anos se sucedam continuamente, onde as estações do ano ocorram em época certa, tudo em consonância com o posicionamento do Sol é um verdadeiro samba do crioulo doido. Desde tempos imemoriais passamos por inúmeros calendários, o chinês, o hindu, o Juliano, em todos eles tiveram que fazer ajustes quanto ao número de meses e de dias de cada mês, por que a conta nunca fecha de modo exato. Mesmo hoje, com a tecnologia disponível foi necessário o uso de formas de adequação, como o ano bissexto, por exemplo, pois como o ano não tem 365 dias exatos, e sim, segundo a Wikipedia, 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos, o que, em 4 anos dá mais um dia. Convencionou-se acrescentá-lo ao mês de fevereiro, que de 4 em 4 anos passa a ter 29 dias, em vez dos 28 habituais.
Talvez muitos não saibam, mas não foi tão fácil fazer a mudança do calendário Juliano, que era usado até então, para o calendário Gregoriano, baseado no Ano Tropical, também chamado Ano Solar, que é utilizado nos dias de hoje. Foram necessários muitos ajustes, levando-se em conta a forma da terra, estações do ano, e outros de ordem astronômica e planetária, além de muitos outros detalhes que seria tedioso comentar.
Tal fato ocorreu no ano de 1582, promulgado pelo Papa Gregório VIII, acontecimento que na época provocou muita discussão. Começou de fato a ser adotado no dia 4 de outubro, uma quinta-feira, que se seguiu de uma sexta-feira dia 15 de outubro. Como se vê os dias da semana não sofreram alteração de continuidade, mas estes onze dias que não existiram, se constituem num lapso de tempo que entrou para a história.