AS RAÍZES DA ESCRAVIDÃO PERMANECERAM NO SUBSOLO
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Para o texto: CONSTRUTOR DA NAÇÃO BRASILEIRA (T6512898)
De: Joel Marinho
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"Não basta acabar com a escravidão; é preciso destruir a sua obra" (Joaquim Nabuco, abolicionista pernambucano).
Até pouco tempo, as madames das grandes cidades iam ao campo buscar menininhas com promessa de "educá-las". Nem percebiam que desestruturavam famílias (por mais humildes que fossem).
Essas criaturinhas, quase sempre negras, ficavam trabalhando nos seus novos lares, cuidando dos serviços de limpeza, lavagem, arrumação e alimentação para toda a família que as "adotou". Manhã, tarde, noite, madrugada, dias úteis, sábados, domingos, feriados... - digo melhor: um trabalho permanente, sem descanso - a troco de roupas usadas, comida e (quem sabe!) algum remédio. Acostumadas a trabalho forçado desde cedo, mesmo ainda na menoridade aprendiam facilmente a cuidar de todas as coisas. Úteis, logo ganhavam o afago dos que constituíam o seu novo "lar", todavia, não lhes era permitido sentar-se nas salas (que arrumavam) ou na mesa de refeições (que preparavam) junto com a sua família "adotiva". Começava aí a discriminação.
Cresceram, em grande parte, analfabetas. Viraram coisas de propriedade dos seus patrões. Até receberam punições (surras, sovas, chicotadas com cordas, chineladas, palmatórias...), consideradas "corretivas" ou "educativas".
"Tolice !... Suas famílias originais também as puniam quando cometiam certos erros" - era o senso comum.
. . .
Cinquenta e cinco (55) anos depois da Lei Áurea, maio de 1943, Getúlio promulga a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), deixando de fora as domésticas e seus pais, os camponeses. Não eram tidos como trabalhadores, nem domésticos, tampouco escravos. "Pudera!"... - alegavam os patrões - "Nós lhes damos de um tudo!"...
. . .
Cento e vinte e quatro (124) anos depois, a deputada federal Benedita da Silva consegue aprovar um projeto concedendo direitos trabalhistas às domésticas de todo o país. Bravo!... Bravo?...
No ano seguinte (junho de 2013), as redes sociais chamam o povo às ruas para protestar. Protestar contra o quê?... Procurava-se uma razão para os protestos que não fosse somente brigar contra a elevação de R$ 0,20 nas tarifas de ônibus urbanos. Choveram reivindicações.
Foi quando o Brasil viu, pela TV, uma jovem que protestava na avenida Paulista exibindo um cartaz revolucionário (ou reacionário?):
"Minha mãe não pode mais pagar a uma doméstica".
Pasmem ! . . . Pasmem ! . . . Pasmem ! . . .
Em verdade e em verdade eu vos digo:
"O POVO BRASILEIRO CONTINUA NO SUBSOLO ESCRAVISTA".
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Para o texto: CONSTRUTOR DA NAÇÃO BRASILEIRA (T6512898)
De: Joel Marinho
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"Não basta acabar com a escravidão; é preciso destruir a sua obra" (Joaquim Nabuco, abolicionista pernambucano).
Até pouco tempo, as madames das grandes cidades iam ao campo buscar menininhas com promessa de "educá-las". Nem percebiam que desestruturavam famílias (por mais humildes que fossem).
Essas criaturinhas, quase sempre negras, ficavam trabalhando nos seus novos lares, cuidando dos serviços de limpeza, lavagem, arrumação e alimentação para toda a família que as "adotou". Manhã, tarde, noite, madrugada, dias úteis, sábados, domingos, feriados... - digo melhor: um trabalho permanente, sem descanso - a troco de roupas usadas, comida e (quem sabe!) algum remédio. Acostumadas a trabalho forçado desde cedo, mesmo ainda na menoridade aprendiam facilmente a cuidar de todas as coisas. Úteis, logo ganhavam o afago dos que constituíam o seu novo "lar", todavia, não lhes era permitido sentar-se nas salas (que arrumavam) ou na mesa de refeições (que preparavam) junto com a sua família "adotiva". Começava aí a discriminação.
Cresceram, em grande parte, analfabetas. Viraram coisas de propriedade dos seus patrões. Até receberam punições (surras, sovas, chicotadas com cordas, chineladas, palmatórias...), consideradas "corretivas" ou "educativas".
"Tolice !... Suas famílias originais também as puniam quando cometiam certos erros" - era o senso comum.
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Cinquenta e cinco (55) anos depois da Lei Áurea, maio de 1943, Getúlio promulga a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), deixando de fora as domésticas e seus pais, os camponeses. Não eram tidos como trabalhadores, nem domésticos, tampouco escravos. "Pudera!"... - alegavam os patrões - "Nós lhes damos de um tudo!"...
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Cento e vinte e quatro (124) anos depois, a deputada federal Benedita da Silva consegue aprovar um projeto concedendo direitos trabalhistas às domésticas de todo o país. Bravo!... Bravo?...
No ano seguinte (junho de 2013), as redes sociais chamam o povo às ruas para protestar. Protestar contra o quê?... Procurava-se uma razão para os protestos que não fosse somente brigar contra a elevação de R$ 0,20 nas tarifas de ônibus urbanos. Choveram reivindicações.
Foi quando o Brasil viu, pela TV, uma jovem que protestava na avenida Paulista exibindo um cartaz revolucionário (ou reacionário?):
"Minha mãe não pode mais pagar a uma doméstica".
Pasmem ! . . . Pasmem ! . . . Pasmem ! . . .
Em verdade e em verdade eu vos digo:
"O POVO BRASILEIRO CONTINUA NO SUBSOLO ESCRAVISTA".