O Buraco do Queijo
O Buraco do Queijo
24nov18
Hoje pela manhã depois de muito pensar no que não ia fazer resolvi levantar e preparar o meu café.
Fui a geladeira e de lá retirei o pote de vidro com café do serrado. Foi em Patrocínio que aprendi a guardar e preparar um bom café. Ponho agua na cafeteira italiana, uma colher de sopa de pó de café de torra intensa. Busco a fritadeira a ar e encho com o pão de queijo congelado que fiz há 4 dias.
“4 xicaras de polvilho doce, 4 xicaras de queijo canastra ralado, 4 colheres de sopa de manteiga derretida. 2 ovos, 1 colher rasa de sobremesa de sal. Leite e água, metade de cada, até o ponto de <bolatar>”.
Regulo a fritadeira para 15 min a 180º. Pego no armário o queijo emmental e levo para a mesa. Preparo a mesa para dois, afinal um homem prevenido vale por dois. Faltam 7 minutos para o pão de queijo estar pronto. Acendo o fogo para “passar” o café. O cheiro do café toma conta de todo o ambiente e se mistura com o tilintar do alarme da fritadeira que anuncia que o pão de queijo está pronto. Coloco tudo à mesa, assento e com o cortador de queijo retiro uma bela fatia do emmental.
Levanto a fatia para levar ao prato e um raio de luz passa pelos buracos do queijo. Entre um gole de café e outro, e ao abrir o pão de queijo para rechear com pedaços do queijo, começo a pensar no desperdício que é, ter tantos buracos que me roubam a deliciosa massa amarela, leve e suavemente doce e me revolto com as bactérias que consumiram o ácido lático e produziram dióxido de carbono que formam bolhas que resultam nos buracos, durante o processo de envelhecimento e pergunto “por que mexeram no meu queijo?”.
Geraldo Cerqueira