O primeiro drible agente não esquece
Os senhores já estão brasileiros de saber de minhas inabilidades futebolísticas. Mas, analisando o passado, o presente e fazendo uma prospecção para o futuro, eu posso lhes garantir com autoridade concedida por Renan Calheiros, que meu futebol a cada dia está menos ruim.
E isso, com certeza foi, graças a um acontecimento inédito pelas bandas de Wanderley, oeste baiano. Se não fosse esse feito há uns seis anos atrás, com certeza já teria abandonado o futebol que tanto enche os olhos alheios de lágrimas.
Mas, aconteceu!
Era uma tarde, onde eu e os colegas do colégio aproveitava – como todo bom economista do senado - as horas vagas ofertadas pelos nossos queridos professores. Lá, eu no time dos fracos, claro, se esforçando ao máximo para que o time fizesse pelo menos um gol, e não perdêssemos de zero. Perder de goleada já de lascar, e de zero...
Quando não, não mais que de repente, estou a dois passos do gol. Na minha frente um zagueiro que agora esqueci o nome, ele deve ter rezado muito pra que isso acontecesse, fiz duas coisas que esse humilde escriba não sabe descrever. O que sei dizer é que deixei o infeliz procurando a bola entre as pernas.
Nas arquibancadas - sim, lá tinha isso - o pessoal enlouquecidamente gritava um som vindo direto da justiça quando descobriram que uma vaca valia milhões: Ôôôôôôôôôpaaaaaaaaaaaaaaa!
Minha mente fervia, em meu subconsciente e expressões faciais me perguntava: como fiz isso? Ao mesmo tempo em que a adrenalina subia uma dúvida me fazia entrar em choque. Sim, eu fiz um drible espetacular, mas, continuava sendo um perna de pau.
O que fazer com a bola agora? Minhas pernas começavam a tremer, minha massa encefálica fazia questão de me desdenhar em nada me informar, para nessa hora de consagração futebolística fazer o gol, afinal, agora só sou eu e o gol.
“Faz o gol!”, ordenava alguém das arquibancadas. Tarde demais, o infeliz driblado depois de um bom tempo conseguiu achar a bola. E aí fiquei só no drible mesmo.