Crônica sombria

Crônica sombria

Os bêbados estão de luto e a lua se escondeu, mas o sol não surgiu. Tempo esquisito esse na Pátria amada armada de ódio por todas as fronteiras internas. As nuvens escuras estão carregadas de violência e o verde das matas ficará borrado com o cinza que será rabiscado por aqueles que pintarão a nova aquarela. Trovejando!!!

O mar revolto mostrará a sua fúria, eco provocado pela voz agressiva do diálogo hodierno. Vagas altas arrastarão as vagas da inclusão e incluirão o novo dedo apontado de ontem. O vagalhão social lavará com sua sujeira todo o corpo social.

Os Poetas recolherão seus versos e rimarão às escuras no silêncio noturno e taciturno. As estrelas se perderão no infinito e o canto ficará mudo e rouco. O brado será bravo e segregado. Época da mão erguida!!!!

O amor do amantes será apedrejado pelas novas virgens moralistas. O “eu te amo” será apagado do dicionário dos que gozam de prazer. Tudo será uma masturbação com viés de moral e bons costumes. As serenatas levarão a água fria do cale-se e os doces de serenata amargos serão saboreados pelos novos paladares impostos. Vida azeda a de agora!

A metafísica... Ah, a metafísica! Nada a declarar! Que Deus nos acuda!!!

Será?

Mário Paternostro