ATENDIMENTO PROFISSIONAL: 1ª PARTE ( 2008)

Ufa! que sufoco! 17h e finalmente consegui pagar quase todas as minhas contas, eu falei quase todas, porque ainda faltou a de um banco que fiquei 45 minutos e não fui atendido, como tinha outra conta mais importante, e a multa/juros, seriam mais expressivos, se porventura deixasse para o dia seguinte, optei por assim fazer e rumei cabisbaixo em direção ao outro estabelecimento bancário e lá adentrei as 15:45h.

No atendimento do caixa, só consegui chegar, isso com a agência já fechada, as 16:55. Mas não é tudo, farei uma retrospectiva para solidificar a minha, e de tantos outros, a agonia, sobre o tratamento profissional que recebemos junto ao Marketing de relacionamento dos bancos, logo eles que esparramam mídia afora sobre segmentação, sobre fidelidade, sobre a troca de valores com seus clientes. Vamos à prática dos cujos, aqui no Brasil!

Logo na entrada, junto a porta circular recebi uma senha, número 174, mirei meus olhos escandalosamente abertos, mais de susto do que de vontade de manter-me acordado, para como em um filme dramático, assistisse o bailado das pessoas que ali circulavam petrificados, e desejosos do desenlace muito bem oculto, pelo critério de administração, de cujos dirigentes, imaginamos, pseudos intelectuais, julgarem, além de econômico, ser o maior sucesso, quanto tempo levaria para eu ser atendido, se é que o seria ainda naquele dia, o número exposto era 94, e portanto tinha 80 leões a minha frente. Pensei, dos males o menor, peguei um livro que trouxe comigo, (esse é o único dado saudável no meio da espera), abri-o de cujo autor “Schopenhauer” e seduzido pelo experimento de novos conhecimentos, parte de meu cérebro, interagindo com a semântica do autor, que falava sobre a falta de tratamento responsável para com a língua mãe, buscou dos tempos idos, as nítidas imagens do quanto éramos respeitados nos Bancos de outrora; chamavam-nos pelo nome e tínhamos atendimentos vips, e o melhor, pagávamos todas as contas em um mesmo local e nem perdíamos sequer uma hora de trabalho. Será porque antigamente os banco tinham 3 vezes mais lucros e também em números de 3 era superior a quantidade de seus funcionários?

Tais questionamentos são imprescindíveis para a tentativa de justificar até onde chegará o descaso de nossa experiência capitalista.

De tempo em tempo, já sentindo uma pequena dor na perna, pelo tempo de espera, todas as cadeiras estavam ocupadas, dava uma olhada no ambiente mental, para ver se acontecia alguma mágica e se a minha senha ficava mais próxima na sequência do atendimento, mas, registro outro motivo de súbita raiva! Atentem para isso; eram quatro caixas e atendiam da seguinte forma. O primeiro, da direita para esquerda, as empresas, o segundo e o terceiro, os clientes iguais a mim, e o quarto, idosos e gestantes, no que até daria certo se fosse respeitado o critério, qual afirmo; era tudo balela, justifico!

Descobri o porque em 45 minutos de espera e só tinham atendidos 10 pessoas com senhas. Os dois caixas, ou melhor, as duas caixas, davam sempre preferência aos amigos dos gerentes, que eram diferentemente atendidos e ficávamos nós (os exclusos em massa), em número ainda de 70 espectadores, denominados “clientes!” quais surpreendentemente de alguma forma, também responsáveis pela sobrevivência financeira da instituição em pauta, com o belo atendimento.

Na ausência de qualquer cortesia de iniciativa por parte dos sofridos funcionários e dirigentes da agencia bancária, que por sinal tinha que suportar os resmungos de afoitos e abusados seres, que aproveitavam a longa jornada de espera, desabafando suas angústias cotidianas, experimentamos esse relato para perguntar:

Até quando seremos objetos da desfaçatez imperativa das grandes corporações empresariais?

Leio uma frase na página 162 do livro tão bem escrito por “Schopenhauer” que diz: “Nem tudo o que se tornou é algo que foi feito”. Muito bem!

Reflito sobre o assunto e tiro minha humilde conclusão...

Gigantes empresas de segmentação, investem milhões em suas marcas, trocam de roupagem, mudam suas abordagens e até insistem serem transformadores, investidores e mantenedores de comunidades assistenciais, muito embora se justifique teoricamente que existe algo que eles denominam, Maketing social, persiste a pergunta: o que foi feito?

Ouso além:

VOCÊ EMPRESÁRIO, É PROFISSIONAL?

O que é ser profissional, no mundo capitalista

Onde é sobrenatural, a verdade congressista?

O que é incluir-se ao mundo, que já impera a violência,

Mas mostra um pano de fundo, encobrindo essa indecência?

Até onde a impunidade, prevalece em nossos meios

Inundando a sociedade, com os conluios e enleios?

Até quando o pobre e justo, pagará pelos desmandos

Que promove um alto custo, sem gerências nos comandos?

Não há resposta que faça, entendermos as condutas

Das sanguessugas e traças, que interferem nossas lutas....

Pois somos monitorados, pelo chip da vergonha!!!

Como caminhar sozinho, se nos falta à boa trilha,

Se não temos o carinho, o do amor que compartilha!

Pois vivemos sitiados, onde ninguém mais nem sonha!

“As companhias prestam muita atenção ao custo de fazer alguma coisa. Deviam preocupar-se mais com os custos de não fazer nada”. Philip Kotler

A frase de Kotler nos mostra a verdadeira essência das propostas de alguns segmentos dominantes, quais têm a certeza de que em breve a massa acorde, e eles descubram o sentido mais profundo do respeito e do profissionalismo.

Repito, “UFA”, que batalha! Amanhã não será diferente! Até quando suportaremos? Espero que não muito!

“Aquilo que é torto não se pode endireitar; aquilo que falta não pode ser

calculado.”(Eclesiastes – 1,15.)

Aquilo que nasce torto

não se pode endireitar

e o que falta, em desconforto,

ninguém pode calcular!