Três lindos e sonolentos gatos
Tive a ideia de "costurar" os títulos de algumas crônicas que escrevi: a bailarina; observa o barco de papel; da janela do cais; nem sempre um final feliz acontece... E a despedida é inevitável, depois do último olhar, vende-se o vestido de noiva, rasgam-se as fotografias, e o que fica é a saudade e uma triste rotina, porque o amor deixa raízes, mesmo privando-o de água e luz!
As palavras são como estradas, ou braços de rios que nos levam a interpretar, uma ideia ou imagem de diversas formas. Quando leio um título de novela, livro ou filme gosto de relacioná-lo com outro, por exemplo, o título do livro “Sede de Viver”, Irving Stone que narra a história de vida de Van Gogh. Ao pensar em sede imagino as personagens de “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos. Como se os títulos dos livros fossem um espelho com infinitos e mágicos reflexos de possibilidades.
Quanto aos títulos de filmes, um deles, “Babel” faz-me lembrar do maravilhoso quadro de Pieter Brueghel, pintor flamengo. O mistério das diversas torres me fascina...
Com um pouco de fio que resta, junto mais algumas palavras: gosto de sentir o sol que entre pela janela, e na sala aquece três lindos e sonolentos gatos...