Tímida Morena...
Era um famoso pintor espanhol Diogo Velásquez
Mesclava entre o escuro e o iluminado
Ressaltando volumes, relevos e seus contrastes
Sempre pintava quadros da família real e até o teto da Capela Sistina
Afrontou as feministas quando resolveu retratar em óleo sobre tela
A nudez de uma menina
Mas ele não queria retratar nenhuma deusa sensual
Queria revelar entre os pincéis
Apenas a sensualidade escondida de uma mulher normal
As pinturas da época retratavam mulheres de cabelos claros e um perfume de alfazema
Até nisso ele inovou
Quando disse que queria que pousasse para ele uma moça morena
Sedutor as vezes carregava na pintura um pouco demais
Apaixonado pelas mulheres...
Se calou quando viu adentrar o seu ateliê a moça de Batatais
Numa época onde a mulher gritava pelo feminismo
Até um sorriso tímido representava para ele o erotismo
A moça cabisbaixa se deita languidamente de ladinho
E envergonhada se desenrola do lenços cinza bem devagarinho
Um cupido segura rente ao rosto da jovem um reluzente espelho
Velásquez vê apenas parte do seu corpo de costas e dela já se sente prisioneiro
Se comporta impecavelmente na postura de um homem
Não mais de um conquistador felino
Essa será sua obra mais importante revelando o nu feminino
Captura pelo espelho seu meigo olhar
Ao vê-la assim tão frágil
Seus segredos através das tintas ele tenta desvendar
Ausente de jóias, rosas e murtas para o pintor se inspirar
Ele se concentra nos olhos desafiadores
Daquela moça no espelho nele a mirar
Numa contradição barroca ele esfumaça o rosto na pintura
Já teme pelas comadres que devoram as canduras
Como se tentasse esconder do mundo um par de olhos da cor do mel
Não há nada espiritual nem na tela nem no rosto da jovem Raquel
Ele consegue profundidade na obra graças a composição
A cada pincelada na tela corresponde a uma batida do seu coração
Toda mulher é uma deusa da sabedoria e da fertilidade
Não existe nada mais erótico do que um olhar independente da idade
Atravessa séculos e polêmicas sempre reproduzindo um ambiente clássico
Num tempo onde a beleza era simples e natural
Velásquez não se perdeu nas curvas dela
Mas sim num olhar fatal
Hoje o quadro esta exposto em Londres num grande museu
O pintor famoso espanhol pinta afrescos ao lado de Deus
E a moça ninguém sabe ao certo quem é
Talvez uma devassa, uma deusa ou uma simples mulher
Apenas um par de olhos esfumaçados do mundo na cor mel
Mas imortalizados na lembrança de Diego Velásquez
Que por mais que tentasse jamais conseguiria
Apagar do espelho e do seu coração
O encontro de seus olhos perspicazes
Com os olhos apaixonados de Raquel...
Era um famoso pintor espanhol Diogo Velásquez
Mesclava entre o escuro e o iluminado
Ressaltando volumes, relevos e seus contrastes
Sempre pintava quadros da família real e até o teto da Capela Sistina
Afrontou as feministas quando resolveu retratar em óleo sobre tela
A nudez de uma menina
Mas ele não queria retratar nenhuma deusa sensual
Queria revelar entre os pincéis
Apenas a sensualidade escondida de uma mulher normal
As pinturas da época retratavam mulheres de cabelos claros e um perfume de alfazema
Até nisso ele inovou
Quando disse que queria que pousasse para ele uma moça morena
Sedutor as vezes carregava na pintura um pouco demais
Apaixonado pelas mulheres...
Se calou quando viu adentrar o seu ateliê a moça de Batatais
Numa época onde a mulher gritava pelo feminismo
Até um sorriso tímido representava para ele o erotismo
A moça cabisbaixa se deita languidamente de ladinho
E envergonhada se desenrola do lenços cinza bem devagarinho
Um cupido segura rente ao rosto da jovem um reluzente espelho
Velásquez vê apenas parte do seu corpo de costas e dela já se sente prisioneiro
Se comporta impecavelmente na postura de um homem
Não mais de um conquistador felino
Essa será sua obra mais importante revelando o nu feminino
Captura pelo espelho seu meigo olhar
Ao vê-la assim tão frágil
Seus segredos através das tintas ele tenta desvendar
Ausente de jóias, rosas e murtas para o pintor se inspirar
Ele se concentra nos olhos desafiadores
Daquela moça no espelho nele a mirar
Numa contradição barroca ele esfumaça o rosto na pintura
Já teme pelas comadres que devoram as canduras
Como se tentasse esconder do mundo um par de olhos da cor do mel
Não há nada espiritual nem na tela nem no rosto da jovem Raquel
Ele consegue profundidade na obra graças a composição
A cada pincelada na tela corresponde a uma batida do seu coração
Toda mulher é uma deusa da sabedoria e da fertilidade
Não existe nada mais erótico do que um olhar independente da idade
Atravessa séculos e polêmicas sempre reproduzindo um ambiente clássico
Num tempo onde a beleza era simples e natural
Velásquez não se perdeu nas curvas dela
Mas sim num olhar fatal
Hoje o quadro esta exposto em Londres num grande museu
O pintor famoso espanhol pinta afrescos ao lado de Deus
E a moça ninguém sabe ao certo quem é
Talvez uma devassa, uma deusa ou uma simples mulher
Apenas um par de olhos esfumaçados do mundo na cor mel
Mas imortalizados na lembrança de Diego Velásquez
Que por mais que tentasse jamais conseguiria
Apagar do espelho e do seu coração
O encontro de seus olhos perspicazes
Com os olhos apaixonados de Raquel...