COM O REMO DA VIDA NAS MÃOS

Há poucos dias enquanto eu conversava com um amigo, algumas pessoas passavam ao lado, e como sem opção, ouvi alguém dizer assim: “é tão difícil ser eu!”. Eu não tinha compreensão sobre qual era o contexto da história - se era uma simples brincadeira ou se por derradeiro uma afirmação contundente e impiedosa. Diante daquela assertiva fiquei a refletir sobre o que poderia levar alguém a proferir aquilo. De longe os meus olhos curiosos observavam quem exprimia tais significações. E pude a princípio perceber que era uma pessoa jovem, de semblante agradável, que dispunha de uma imagem bem aprazível. Contudo ao que se propunha era uma insatisfação negativa consigo mesma. E me indagava mais uma vez o que levaria uma pessoa com aparentes atributos, exprimir tão infeliz dito sobre si? Desse modo gostaríamos de lembrar um dos mais importantes escritores portugueses, Fernando Pessoa, que nos relatou assim: “às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido”.

De fato viver é uma dádiva e ao mesmo tempo pode parecer bastante desafiador a muitos. Não obstante, quando criança temos uma visão lúdica sobre tudo ou sobre a maioria das coisas. À vista disso quando estamos no desenvolvimento pessoal, no conhecimento de si mesmo, da consciência de nosso papel no mundo pode ser que somente então percebamos quantas responsabilidades adquirimos. E ainda assim o quanto representamos a nós mesmos, aos familiares e às pessoas que nos cercam. Não raramente somos um pouco acomodados com os afazeres da vida. E, por conseguinte esperamos ansiosamente que os outros façam por nós até o que é nosso. Ledo engano! Em certas etapas temos que agarrar com unhas e dentes nossa vida, nossa missão, arregaçar as mangas e lutar com o remo da vida nas mãos. Não é segredo, mas há momentos que nos esquecemos de alguma forma que somos exemplo para os outros. De outro modo somos espelho e rastro para que outros possam também caminhar e navegar no mar da vida. O grande pensador, soldado americano, D. Elhers certa vez disse que “o segredo é não correr atrás das borboletas... é cuidar do jardim para que elas venham até você”.

O que não podemos desprezar é que somos um “sacrário vivo”. E como tal aprender a cuidar de si e dos outros é um dever caro e de tamanha grandeza. Cada vez mais a visão tem de estar clara para compreender que somos muito amados, somos ricamente abençoados! Que ainda que haja trevas, ainda que existam trovões e tempestades, a gratidão pelo dom da vida deve estar mais forte e mais pulsante em nosso peito. Não se trata de carregar um peso nas costas, mas de sabermos valorizar o que é nosso. De se fazer compreender que mais interessa colecionarmos bons momentos ao invés de esperar que tudo mude sem que ao menos façamos um mínimo esforço para contribuir com a transformação do mundo ao redor. A vida é boa! Indubitavelmente a vida é muito boa! Para saber o que é isso, basta a nós acreditarmos, pois como já dizia a notável empresária americana Mary Kay Ash, “se dissermos que estamos certos, teremos razão, se crermos que tudo está errado, também estaremos repletos de razão”. Saibamos escolher a vida que queremos levar! Por isso sugerimos viver com garra, coragem e muita energia!

Michael Stephan
Enviado por Michael Stephan em 24/11/2018
Código do texto: T6510941
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