PEDAGOGIA DA AUTONOMIA x ESCOLAS MILITARES (Paulo Freire X Ricardo Vélez Rodriguez)

Como professor de escola pública municipal de ensino fundamental, afirmo categoricamente: A educação como está, não pode continuar. Não apenas pelo baixo índice alcançado pelas escolas no IDEB, mas uma gama de outras causas entrelaçadas, que nos fazem conscientes da necessidade de reformas educacionais.

Restringir a causa de alunos serem incapazes de interpretar um texto que acabaram de ler ou de resolver simples operações matemáticas, ao fato da doutrinação pelos professores entre quatro paredes ou, ao conteúdo dos livros didáticos adotados nas escolas e ainda, discutir se a teoria pedagógica defendida por Paulo Freire é ou não doutrinária. As perguntas continuam no ar, sem respostas. A ideologia de gêneros deve estar presente nas salas de aulas? A escola sem partido é uma necessidade? Qual partido/ideologia vai ditar as regras das escolas sem partido? O cartaz expondo os seis deveres do professor fixado na sala de aula (defendidos pela escola sem partido) diante dos olhares dos alunos é um esclarecimento diário ou uma ameaça a liberdade e autonomia do professor.

A neutralidade do estado como órgão gestor que assegura a educação pública, além de ser uma exigência é uma realidade que de fato deva ser posta em prática. A educação não é um ato político. As propostas pedagógicas defendidas por Paulo freire, defendidas e seguidas pelas escolas brasileiras, na verdade não surtiu o efeito esperado, pelo contrário vivenciamos hoje uma nova realidade nacional, os analfabetos funcionais. Para os mais radicais, asnos a esmo.

Ricardo Vélez Rodriguez, indicado como novo ministro da educação por Bolsonaro, tem em seu discurso, ¨menos Brasília e mais Brasil¨ e o objetivo de implantação do modelo das escolas militares como pressuposto de preservar os valores morais da família. Será o início de uma nova era na educação, começamos do zero.

Os problemas educacionais brasileiros são profundos e o giro de necessidade de reformulação é de 360° graus. Permaneçamos atentos e vigilantes, pois muitas vezes, os intelectuais que propõem as soluções, são partes do problema.

Henrique Rodrigues Inhuma PI
Enviado por Henrique Rodrigues Inhuma PI em 24/11/2018
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