Ainda Falando de Racismo

O tipo de preconceito mais visto,sentido no Brasil é o racial;este fica

bem evidenciado quando nos vemos em nosso papel social.

No mais das vezes,a origem do preconceito é uma generalização super

ficial,um esteriótipo do tipo que para uns "os baianos são preguiçosos",

"todo alemão é frio","todos os americanos são arrogantes,prepotentes",

etc.Mas, por si só tais esteriótipos não evidenciam que o preconceito é um erro?

Todavia,tal erro faz parte dum domínio da crença,e não do conheci-

mento. E segundo Norberto Bobbio,"precisamente por não ser corrigível

pelo raciocínio ou por ser menos facilmente corrigível,o preconceito é um

erro mais tenaz e socialmente perigoso". E levanta a hipótese de que a

crença na veracidade de uma opinião falsa só se torna possível por que essa tem uma razão prática: corresponde aos desejos,às paixões,ela ser ve aos interesses de quem a expressa.

E afirma,que os preconceitos coletivos são mais danosos,a exemplo de

um grupo social apresentar um juízo de valor negativo sobre outro grupo

social. Que somos distintos entre nós é vero;contudo, a partir daí não há

elementos que fundamente juízos outros que evidenciem a superioridade

de um grupo sobre outro. E é nessa diferenciação de valores que se cos-

tuma basear a discriminação,a exploração,escravização,subjugação che-

gando até mesmo a eliminação de um grupo social,como fizera o Nazis-

mo.

Segundo a pesquisa da professora e psicologa da F.E. da UEC,Ângela

Fátima Soligo,o resultado final revelou que a maioria dos entrevistados,

aì inclusos os próprios negros,limita-se a reproduzir os chavões sociais. O negro é alegre porque gosta de samba e carnaval;é forte porque se dá bem nos esportes e competente para trabalhos braçais.

"O adjetivo é positivo,mas o papel social ligado ao negro mostra um

preconceito arraigado na nossa cultura",conclui a estudiosa.

"Houve um entrevistado que disse que o negro pode ser um advogado

competente,mas apenas para livrar outros negros da cadeia,isolando-os

à condição de bandidos e marginais".

Vejam o absurdo dito por tal pessoa.Desde minha juventude percebia e afirmava que o preconceito racial parte do próprio negro,daí nunca me

envolvi em movimentos prós ou contra,mas procurei chegar e me colo -

car no mesmo nivel dos que se dizem ou lhes são atribuída a cor branca ,clara social.cultural e intelectualmente.

Os dados da pesquisa foram semelhantes em todos os estados pesqui

sados,inclusive na Bahia,onde Salvador,sua capital tem população predo

minantemente negra,e culturalmente ligada às tradições africanas,onde

inclusive moro.

Mesmo após a abolição e a proclamação da República,o negro deixou de ser discriminado;nem mesmo com a promulgação da CF em vigor (art. 5o.- inciso XLII) que considera o racismo crime inafiançável e im -

prescritível,hoje,ano 2018,século XXI ainda o enfrentamos.

Paulo Carvalhal
Enviado por Paulo Carvalhal em 23/11/2018
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