SOMOS DIFERENTES EM TUDO, NA VIDA E NA MORTE. 6

Pura falta de percepção afirmação contrária, o que já é uma diferença.

Há uma certa confusão em achar que as pessoas são iguais quando morrem, por um único motivo, morrem e viram restos mortais. Então todos seriam iguais. Mas são restos mortais diferentes, o único fator igual é que morreram, não mais vivem. E aí vem a manutenção das diferenças porque ninguém é igual, em nada. A falta de igualdade na vida é a mesma na morte.

Alguns nunca serão lembrados, as vezes nem mesmo por familiares. Costumo perguntar, como foi o nome de seu bisavô, poucos sabem. Outros têm exéquias muito simples, até como indigentes serão sepultados.

Uma enorme diferença existirá sempre, como foram quando viveram e depois da morte. Sempre existirão significativas e fortes diferenças que o desaparelhamento pode não perceber embora sejam simplicidades.

E há um valor que se deixa ou não, fora riquezas, bens materiais ou misérias e passivos, o mais importante, a memória da utilidade no que produziram que favorece ao conhecimento em geral, fora o local derradeiro onde são sepultados os restos mortais, cultuados, reverenciados,visitados, lembrados pelos feitos que foram positivos para a sociedade, outros com prédios públicos a que emprestaram seus nomes e homenageados, como em ruas que são referências, praças, etc.

É fácil constatar pois as diferenças, simples de inferir para raciocínios simples, as mesmas diferenças que existiram em vida se projetam quando do desaparecimento. É inexorável.

Aqui dou um exemplo material, de como ficam depois de mortos os que foram diferentes também em vida.

Paris, dizia o Rei Carlos V, é um mundo. Não sem razão o nobre afirmava que “As outras cidades são cidades, Paris é um mundo”.

Realmente Paris é um mundo, o mais belo mundo que se pode encontrar em termos de cidade, principalmente quem gosta de arte e gastronomia, isto dentro de seus segredos e fora do curricular trânsito turístico, também e muito, de inestimável valor para os olhos. O Père Lachaise também é um mundo, embora um cemitério, pleno de beleza artística.

E como arte em escultura o Cemitério Père Lachaise ratifica essa diferença na vida como na morte, e mostra as eloquentes diferenças como no resto do mundo.

Lá estão Abelard e Heloise, cuja história é longa, os eternos amantes sendo unidos em jacentes para abrir o que seria o primeiro cemitério parque do mundo, e não é na realidade como os de hoje, desprovidos dessa arte invulgar da estatuária. Simples áreas enormes gramadas hoje.

O Père Lachaise não tem comparação com nenhum cemitério em termos de escultura, um imenso universo que lança para o céu a beleza das esculturas em túmulos de celebridades e de pessoas desconhecidas no geral, mas ricas e podendo pagar escultores célebres. Nem mesmo com o reconhecido cemitério de Milão em termos artísticos, ainda que com esculturas de Michelangelo chega perto.

Lá também sepultados os marechais de Napoleão como Lefebvre, literatos como Proust, La Fontaine, Molière, Balzac, Delacroix, artistas da música e do canto, Piaff, Chopin o próprio Kardec e tantos e tantos outros de total impossibilidade de listar em razão do número.

Essas as diferenças entre os que nascem e serão sempre diferentes, em todos os sentidos. Somente têm em comum que morrem, também, mas serão sempre conhecidos. Mas todos são diferentes, na vida e na morte.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 23/11/2018
Reeditado em 11/01/2019
Código do texto: T6510041
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