FATOS ACONTECIDOS NO DO PASSADO
FATOS ACONTECIDOS NO DO PASSADO
O passado nos revela muitas surpresas. Geralmente essas surpresas são normalmente de pouco conhecimento, mas fazem parte da história. Ninguém, simplesmente ninguém está sujeito a isenção de fatos que marcaram e ficaram na história. Queríamos aqui enunciar o que vimos em pesquisas feitas sobre a mídia brasileira no que tange aos meios de comunicação televisada com nuanças bem explicitas. O mês é dezembro e o ano 1964 e tem como título: “Inauguração frustrada, dólares e denúncias”. “A previsão de inauguração da TV Globo – Canal 4 do Rio de Janeiro, feita para dezembro de 1964 não foi cumprida. Com isso, a Globo acabou enfrentando alguns problemas, pois a previsão da destinação das verbas publicitárias, pelas agências, é geralmente elaborada em novembro ou dezembro. A inauguração acabou ocorrendo apenas em abril do ano seguinte.
No dia 29 de dezembro de 1964 ocorreu mais uma remessa de dólares, desta vez forma US$ 166.389,45 o que era equivalente a Cr$ 303.660,563. – Com essa remessa, totalizavam-se quase dois milhões de dólares, em dois anos e cinco meses de vigência dos contratos Globo/Time-Life. Mas a grande aceleração das remessas viria com a entrada da emissora em operação, em 1965. No final de 1964, registra-se ainda uma carta enviada por Carlos Lacerda a Castelo Branco, criticando os rumos da política econômica do governo que derruba Goulart. Nessa carta, entre outros assuntos, Lacerda toca diretamente no problema das ligações entre o Globo e Time-Life. O presidente da republica, em resposta à carta de Lacerda, fez a seguinte promessa, referindo-se ao caso da (Globo): “aquilo que V. Exa. Vê escândalo, será devidamente apurado”. Lacerda revelou que, além da carta, a denúncia também foi transmitida verbalmente a Castelo Branco. (Câmara dos Deputados. Op.cit.p.74 (Depoimento de Carlos Lacerda), Ibidem, p 71. (Departamento de Carlos Lacerda) e Calmon. Op. Cit., p. 240-1.
Em 1965: A - Globo decola e explode o escândalo. Redefinição tática de um novo contrato. No dia 15 de janeiro de 1965, Globo e Time-Life firmaram em Nova Iorque um novo contrato que substituiu o chamado Contrato Principal assinado em 1962. No mesmo dia, o grupo Time-Life enviou a- Globo uma carta desistindo formalmente do Contrato Principal, acrescentando que este contrato nunca entrara em vigor. Na verdade, a- Globo e seu sócio norte-americano perceberam a proximidade de dificuldades políticas à manutenção do vínculo entre as duas organizações. No final de 1964 começaram a espocar denúncias sobre irregularidades praticadas pela - Globo, como por exemplo, as denúncias, verbais e por escrito, feitas por Carlos Lacerda ao presidente castelo Branco. O contrato assinado no dia 15 de janeiro – de arrendamento – era uma solução de emergência para municiara a- Globo na luta política que fatalmente viria a ocorrer. A urgência com que se adotou a solução pode ser avaliada pelo seguinte: o objeto do arrendamento – no caso, uma locação – era o prédio ocupado pela – Globo na Rua Von Martius, no Rio de Janeiro, sendo o Time-Life locador e a TV Globo locatária. Com um detalhe: na data da assinatura do contrato, a (Globo) alugou do Time-Life um prédio que ainda era da própria - Globo.
“E tal foi à pressa - diz Calmon – que se celebrou o contrato de arrendamento com uma propriedade que, até então, pertencia à própria TV Globo. Esta, somente 26 dias depois, ou seja, em 11 de fevereiro de 1965, outorgaria a escritura de cessão de direitos e promessa de compra do terreno da Rua Von Martins e respectiva benfeitoria. Por incrível que pareça, a TV Globo arrendou de Time-Life um imóvel que, na época do arrendamento, possuí a de pleno direito. Esse contrato de arrendamento tem características excepcionais. Em troca do uso do prédio, a (Globo) se comprometia a pagar o seguinte:” 45% do lucro líquido da empresa, deduzido antes do cálculo do imposto de renda, a título de “aluguel básico”, e 55% de todas as despesas do Time-Life relacionadas com a sua propriedade (o prédio ocupado pela (Globo)), administração e arrendamento, computadas de acordo com as normas do departamento de imposto de renda do Brasil e 55% de todas as despesas do Time-Life relativos e impostos, taxas e outras despesas impostas pelo Governo, a título de “aluguel Adicional”. Com esse Contrato de arrendamento que substitui o chamado Contrato Principal, o grupo Time-Life teria sua participação nos lucros da (Globo) elevada de 30% para $5%. Quanto enrolada My God nesse vai e vem de transação da rede Globo e a Time – Life que Calmon em época oportuna se manifestou explicando toda a manobra.
Será que a poderosa globo cresceu com seus próprios pés e suas transações foram legais. Sabemos de antemão que Carlos Lacerda e o presidente Humberto de Alencar Castelo Branco colocaram gravetos e só não tocaram fogo por ter a rede Glogo se submetido aos caprichos da Time-Life. A associação entre as duas empresas comprova era evidente que uma das clausulas dizia que: “É claro que o grupo Time-Life renunciava formalmente, no contrato, a qualquer direito de possuir cotas de capital da TV Globo, ou a qualquer responsabilidade pelas atividades de radiodifusão ou pela orientação intelectual ou comercial da TV Globo. Mas é óbvio o poder de ingerência da Time-Life sobre a (Globo). Várias cláusulas determinaram o rumo da poderosa rede Globo que enunciaremos em outra oportunidade. O que está aqui explicito não é invencionice de ninguém, pois não seríamos antiéticos para dar conotações sem respaldos, mas se quiserem conhecer a fundo o que aconteceu em passado bem recente com a rede Globo procure ler a grande obra de “Daniel Hertz – com sua história secreta da Rede Globo e vocês ficaram ciente de como foi conquistado esse poderio atual e de forma rolaram as negociações e para finalizar colocamos aqui uma frase do grande Roberto marinho:” Sim, eu uso o poder”. É mole ou quer mais.
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI E ACADÊMICO DA ALOMERCE.