LINGUAGEM INCLUSIVA
Prof. Antônio de Oliveira
antonioliveira2011@live.com
PREZAD@S
Empregamos o plural, em determinados casos, valendo para o masculino e o feminino. Assim: Prezados (eles e elas). Para o movimento feminista, LGBT e outros, a linguagem que inclui o feminino no masculino não seria inclusiva. Pelo contrário, seria sintomaticamente machista. Passou-se, então, ao desdobramento, como nas fórmulas: Brasileiras e brasileiros! Cidadãs e cidadãos! Todavia, a linguagem atual costuma ser simplificada e essa fórmula analítica não colou. Tenho visto mensagens eletrônicas assim: prezad@ (homem e mulher), prezad@s (homens e mulheres). Esse sinal gráfico se justificaria pelo fato de constar de um “a” minúsculo envolto num círculo aberto, o que seria interpretado como uma sobreposição das letras a+o=@. Outra proposta: usar a letra “x” em vez de @, por exemplo: “Todxs são iguais perante a lei”. Todxs...
No caso de utilizarmos barras para as duas desinências, assim: todos/as, eles/as, há quem diga que o feminino deveria preceder ao masculino, em consonância com a ordem alfabética: todas/os, elas/eles. Enfim... Filigranas podem refletir um bizantinismo sem resultado prático ou de consequências imprevisíveis, sobretudo na escrita padrão, considerada culta. Conceitualmente, a linguagem inclusiva tem como objetivo desconstruir a ideia longeva do masculino como universal, já que o contrário de fato não se dá: o feminino como universal, incluindo o masculino.
Não é minha intenção impingir qualquer posição. Numa nesga de crônica, meu objetivo é expor sucintamente o estado da questão. Aliás, uma metodologia que vem desde a Idade Média, em latim: “status quaestionis”. Fazer sentir as questões aí envolvidas: reforma ortográfica oficial, linguística, ideologia de gênero, linguagem inclusiva... O que nos pede atenção aos acontecimentos. Saber discernir os sinais dos tempos. Tomar conhecimento para balizarmos nossos juízos de valor e, com bom senso, mantermos equidistância dos extremos.