JIMMY E MUSSUM, OS GÊME(NI)OS DA GUITARRA!
- Crônica do dia 22-11-2018 –
Pense nuns "nêgos" fantásticos que são esses caras!
Certa vez a gente estava conversando, não com o Jimmy, mas com o irmão gêmeo dele, o Mussum.
É interessante esse lance de irmão, que a gente acha que o conflito é só entre irmão mais velho e irmão caçula. É não. O conflito é entre seres humanos, padrões psicológicos e espaço a ser dividido.
O Mussum, certa vez me falou que tinha muitas saudades do irmão que foi embora da Bahia para São Paulo, porque eles eram muito apegados, muito unidos, muito “um no outro”.
Pra se ter uma ideia, os dois tocam, os mesmos instrumentos, no mesmo nível, têm o mesmo estilo, a mesma aparência, o mesmo penteado, o mesmo olhar, a mesma preguiça, a mesma voz, o mesmo sotaque, e humores TOTALMENTE diferentes.
Mas, ao mesmo tempo que sentia saudades, estava, de certa forma, feliz, porque agora “todo mundo” sabia quem era ele, agora ele era o Mussum, e não tinha que explicar a todo momento a todo tempo que ele era o irmão gêmeo do Jimmy.
Os dois se interessaram pelo violão ouvindo Gipsy Kings na Kombi do pai, que tocava violão, e eles começaram a mexer no instrumento, se interessaram, e deu nisso aí.
E passaram a tocar pra valer quando o pai ficou desempregado, e a família estava passando por situações difíceis.
Mussum chegou a contar a respeito de sua relação forte com o cuscuz, depois desta época. Desta relação, eu partilho.
Mas, como na Bahia, tudo acaba em festa, um dia chega a ideia salvadora de um amigo, o Minhoca:
- Ei seu fuleiro, tu frita uma viola que parece o satanás, vamo tocá na noite e ganha uns troco, doido!
E começa a linda história musical de Jimmy e Mussum na vida profissional de artista.
Já em São Paulo, quando o Jimmy fez essa música, eu perguntei a ele:
- Oh Jimmy, porque o nome dessa música é Sul Hino?
Aí ele me disse no bom baianês dele:
- Não pow... É que quando eu fiz essa música, cê tá ligado? O brother, tava lá em casa, que nós tava tomando umas “cangibrina”, e trocando uma ideia, e, depois que eu terminei de tocar, deu um pulo do sofá, colocou a mão na cabeça e, entusiasmado que só, falou assim: Meu irmão, doido! Ficou muuuiiito bom, parceiro! Ficou parecendo até aquelas música de pegar porco!
Aí o Jimmy continuou na sua narrativa:
- Música de pegar porco? Ouxi, que doidera é essa meu irmão? Eu disse a ele, né! Só que eu me abri dessa ideia dele, e como eu sou palmeirense, e o Texas fica no sul, eu coloquei: Sul Hino. Entendeu?
Graciliano Tolentino
- Crônica do dia 22-11-2018 –
Pense nuns "nêgos" fantásticos que são esses caras!
Certa vez a gente estava conversando, não com o Jimmy, mas com o irmão gêmeo dele, o Mussum.
É interessante esse lance de irmão, que a gente acha que o conflito é só entre irmão mais velho e irmão caçula. É não. O conflito é entre seres humanos, padrões psicológicos e espaço a ser dividido.
O Mussum, certa vez me falou que tinha muitas saudades do irmão que foi embora da Bahia para São Paulo, porque eles eram muito apegados, muito unidos, muito “um no outro”.
Pra se ter uma ideia, os dois tocam, os mesmos instrumentos, no mesmo nível, têm o mesmo estilo, a mesma aparência, o mesmo penteado, o mesmo olhar, a mesma preguiça, a mesma voz, o mesmo sotaque, e humores TOTALMENTE diferentes.
Mas, ao mesmo tempo que sentia saudades, estava, de certa forma, feliz, porque agora “todo mundo” sabia quem era ele, agora ele era o Mussum, e não tinha que explicar a todo momento a todo tempo que ele era o irmão gêmeo do Jimmy.
Os dois se interessaram pelo violão ouvindo Gipsy Kings na Kombi do pai, que tocava violão, e eles começaram a mexer no instrumento, se interessaram, e deu nisso aí.
E passaram a tocar pra valer quando o pai ficou desempregado, e a família estava passando por situações difíceis.
Mussum chegou a contar a respeito de sua relação forte com o cuscuz, depois desta época. Desta relação, eu partilho.
Mas, como na Bahia, tudo acaba em festa, um dia chega a ideia salvadora de um amigo, o Minhoca:
- Ei seu fuleiro, tu frita uma viola que parece o satanás, vamo tocá na noite e ganha uns troco, doido!
E começa a linda história musical de Jimmy e Mussum na vida profissional de artista.
Já em São Paulo, quando o Jimmy fez essa música, eu perguntei a ele:
- Oh Jimmy, porque o nome dessa música é Sul Hino?
Aí ele me disse no bom baianês dele:
- Não pow... É que quando eu fiz essa música, cê tá ligado? O brother, tava lá em casa, que nós tava tomando umas “cangibrina”, e trocando uma ideia, e, depois que eu terminei de tocar, deu um pulo do sofá, colocou a mão na cabeça e, entusiasmado que só, falou assim: Meu irmão, doido! Ficou muuuiiito bom, parceiro! Ficou parecendo até aquelas música de pegar porco!
Aí o Jimmy continuou na sua narrativa:
- Música de pegar porco? Ouxi, que doidera é essa meu irmão? Eu disse a ele, né! Só que eu me abri dessa ideia dele, e como eu sou palmeirense, e o Texas fica no sul, eu coloquei: Sul Hino. Entendeu?
Graciliano Tolentino