Beats

Éramos um bando de malucos a cruzar américa de norte a sul e de leste a oeste. Embalados pela efervescência do Jazz em plena década de 40. Éramos poetas revoltados e inconformados com o modo de vida americano. Nós éramos beats, marginais intelectuais, que pregávamos a liberdade, a liberdade sexual, e a nossa loucura intelectual.

Não me via a precisa de alguma coisa a não ser daquela loucura de viver na estrada. Fiz a burrada de me casar uma vez e logo depois me separei. Então estava livre para viver com meus camaradas. Apesar da minha preferência pela amizade feminina os homens se dão melhor entre si do que as mulheres.

Estávamos longe, longe de tudo, vivendo na mais completa loucura. Espiritualidade, intensidade e poesia. Isso era tudo, eu precisava dessa liberdade para poder escrever. No final eu pretendia voltar, para morrer escrevendo, numa solitária vida eremítica.

Nossas experiencia na estrada envolveu drogas e homossexualismo. Passei os melhores momentos de minha vida vivendo na estrada com aqueles caras. A estrada quente e rude, os hotéis de estrada, cada sorriso ficou como algo inesquecível. Tudo ficou como lembrança, tudo ficou como recordação.

A recordação da nossa loucura por intensidade e por liberdade. Objetivo de sermos livre para poder escrever intensamente. Éramos escritores, poetas, artistas, artistas de rua. Éramos loucos, loucos por viver, loucos por sermos verdadeiros, loucos por nossos espíritos rebeldes e intensos. Nossas almas aventureiras sonhavam sem limites, sonhamos com a Europa, América não era o limite, o mundo era nosso. (Minha homenagem a Jack Kerouac, Allen Ginsberg, Gregory Corso, William Burroughs, Gary Snyder. Esses loucos que deixaram uma gigantesca influência na música e na literatura na década de 40 e 50.)