A CELEUMA ENTRE BOLSONARO X MÉDICOS CUBANOS

A discussão sobre o assunto é necessária, envolve uma importantes particularidade de qualquer país, que é a saúde pública. Apena no Brasil passaram mais de 18 mil médicos cubanos e atualmente no território somam cerca de 8.600. Os serviços médicos cubanos atuam em mais de 60 países espalhados nas Américas, África, Ásia e Europa e os valores de troca que retorna para o governo de Cuba dependendo do país, variam desde a metade a três quartos dos salários destes médicos. No Brasil centenas de médicos cubanos entraram na justiça brasileira reivindicando receber a totalidade de seus salários, visto que, a parte que cabe a eles é insuficiente para suas necessidades básicas. Se o valor em torno de 2.500 é pouco, o que dizer do salário do médico cubano em seu próprio país, variando entre 25 e 40 dólares, em reais de 94 a 150 reais. Desde a implantação do programa mais médicos no Brasil, houve o questionamento da ausência do programa revalida para todos os inter cambistas e não só para os médicos cubanos e este exame é requisito obrigatória a todos médicos no território nacional, o qual indicará quais estão aptos a trabalhar e diagnosticarem corretamente seus pacientes. Acontece que muitos médicos brasileiros atuam ou atuaram nas periferias e nos rincões brasileiros muitas vezes a disposição de prefeitos que não honram com as condições mínimas necessárias de um bom diagnóstico sem falar, na falta de medicamentos. Esta foi a principal função de implantação do programa mais médicos, colocar estes profissionais estrangeiros para atuarem onde médicos brasileiros não querem trabalhar, e cá entre nós com razão, sabemos os motivos. Motivos estes que levaram médicos brasileiros a abandonarem seus postos de trabalho nestes locais e agora são assumidos pelos inter cambistas que, nas mesmas condições ou piores sem reclamação, procuram realizar um bom trabalho.

Vale salientar também, que o governo de Cuba não permite a vinda dos familiares de seus médicos que aqui trabalham, como forma de assegurar o retorno destes a seu país de origem. Pasmem, inclusive os inter cambistas cubanos tem seu direito cerceados de transitarem livremente dentro do território brasileiro. Em Cuba, os médicos são muitíssimos reconhecidos pela sociedade, embora esse reconhecimento não esteja atrelado aos salários que ganham e sim pela importância de seus serviços prestados a população local, que é gratuita e alguém tem que bancar as despesas.

O Brasil é reconhecido por sua receptividade aos estrangeiros e isto se estende aos médicos cubanos. Acredito que nenhum brasileiro seja a favor da saída destes médicos do programa, até porque somos uma sociedade diariamente carente de cuidados médicos. A questão vai além de Bolsonaro acreditar que sejam escravos cubanos, que exija o exame do revalida e outras exigências. É uma questão de diplomacia que deve ser resolvida entre os governos do Brasil e de Cuba, de respeito aos direitos individuais, da liberdade do ir e vir, etc. Torçamos pela correta funcionalidade do programa mais médicos e estejamos ao lado do Brasil e do respeito que deveras ser dispensado a qualquer estrangeiro.

Henrique Rodrigues Inhuma PI
Enviado por Henrique Rodrigues Inhuma PI em 19/11/2018
Reeditado em 19/11/2018
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