Coisas do Futebol

O futebol sempre foi o esporte mais popular, e amado, do Brasil. Mas sempre existiram malandragens em seus campeonatos. Tanto regionais quanto Campeonatos Brasileiros de Seleções.

Como a capital da república era a cidade do Rio de Janeiro, os cariocas nadavam de braçada. Todo bom jogador de outros estados preferia jogar no Rio. Assim, Botafogo, América, Bangu, Fluminense, Flamengo e Vasco da Gama montavam, sempre, grandes times. E a seleção Carioca era quase imbatível.

Mas, em 1942, os Paulistas venceram o campeonato de Seleções. Mesmo jogando duas partidas no estádio de São Januário. Os times eram assim formados, Cariocas: Batatais, Moisés e Machado; Biguá, Afonsinho e Jaime de Almeida; Pedro Amorim, Zizinho, Pirilo, Lelé e Vevé. Os Paulistas: Oberdam, Junqueira e Beluomini; Jango, Brandão e Dino; Cláudio, Servílio, Milani, Lima e Pardal. Os paulistas venceram por 4 x 3.

Mas o mais curioso era que sempre havia uma disputa em melhor de três partidas. Só que eram os Cariocas quem sempre jogavam a partida decisiva em casa. Quando do encerramento da segunda partida, o capitão da equipe da casa tirava, num sorteio, com bolinhas com os nomes dos dois finalistas (São Paulo e Rio de Janeiro), que ficava num saquinho. O nome que saísse indicaria o local de uma terceira partida, se necessário.

Ai por volta de 1945 ficaram as mesmas seleções para as finais: Cariocas: Jurandir, Mundinho e Augusto; Ivan, Danilo e Jaime; Djalma, Lelé, Heleno, Jair e Vevé. Paulistas; Oberdam, Domingos e Osvaldo; Zezé Procópio, Brandão e Valdemar Fiúme; Cláudio, Lima, Servílio, Remo e Hércules.

No Rio de janeiro, Zezé Procópio, que era capitão dos Paulistas já sabia da coisa. Tirou as duas bolinhas e em ambas estava escrito Rio de Janeiro. Zezé Procópio já havia jogado pelo Botafogo e pelo Fluminense. Desvendou o mistério do porque de todos os anos dar Rio de Janeiro no sorteio.

O caso foi parar na justiça desportiva, e o sorteio foi feito, mesmo com duas bolinhas e o representante de São Paulo tirou o Rio de janeiro.

Estou escrevendo esta crônica baseada em minha memória. Assim ficou desmascarada mais uma cachorrada no futebol.

Mas quanto aos jogadores paulistas, preferiram jogar nos clubes do Rio de janeiro. Era normal pois se pagava mais, dai até a seleção brasileira era um passo. Alguns que se consagraram no Rio de Janeiro: Jurandir, Machado, Hércules, Tim, Orozimbo, Zarzur, Gijo, Barbosa, Bauer, Romeu Peliciari, e outros.

Boa leitura.

Laércio
Enviado por Laércio em 17/11/2018
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