Ficção Conspiratória!
Ficção conspiratória!
Adoro. A realidade eu considero hostil. O mundo é decisivamente agressivo e violento, em todas as dimensões.
Curiosamente, há algum tempo medito sobre o tema, ontem, enquanto bebericava uma cerveja, a televisão, lá longe, mostrava um programa da natureza inóspita e seus habitantes instintivos, lutando por sobrevivência, cada qual, na sua espécie, agindo segundo a determinação genética. Em dado momento a televisão focaliza um cervo, um cervo jovem, desavisado, ao mesmo tempo o borbulhinho das águas, o farfalhar do lamaçal, o cintilar de estrelas e, num piscar de olhos, o bote fatídico, irremediável, a morte prematura!
O mundo é hostil. A diferença determinante e inquietante é que o mundo natural descrito no programa da televisão é determinação genética, fruto de um Bing Bang, enquanto que a hostilidade do mundo social é cultural, construção humana!
O que defendo agora é que, seja no mundo natural, seja no mundo social, os vulneráveis aos perigos e hostilidades do mundo são sempre os jovens, o cervo, no caso humano, as crianças e adolescentes!
Tal qual no mundo natural, na vida social, quem mais está sujeito aos efeitos da agressividade e hostilidade do mundo, apesar de outras variáveis, econômicas, raça, sexo, gênero, são os jovens!
São os indignificantes exemplos recentes: a menina de 16 anos e o jogador de 24 anos. Os dois, nenhum dos dois, ainda capazes de avaliar os perigos sob o borbulhinho das águas, os riscos do farfalhar no lamaçal, a falácia do cintilar das estrelas...
O mundo não conspira, o mundo é hostil!