APRENDENDO COM AS CRIANÇAS
Prof. Antônio de Oliveira
antonioliveira2011@live.com
A mãe de Laura começou a falar para ela sobre a crônica que eu havia escrito: “O mundo adulto das crianças” – na qual Elisa, minha netinha, e Laura são protagonistas. Primeiro, segundo descrição da própria mãe, Laura olhou para ela ‘mega’ assustada: – “Mamãe!!! O que é crônica?” A mãe de Laura conseguiu dar uma boa explicação dizendo que essa era uma historinha sobre ela, Laura, e Elisa. Leu a crônica, Laura bateu palmas, deu risada e a leitura teve que ser repetida várias vezes. No dia seguinte, Laura acordou e foi logo falando: – O livro do vovô Antônio tem uma página só? Que tal ler hoje a outra página? E cheguei à conclusão de que uma garotinha de três anos estava a definir crônica: “um livro de uma página só”. As crônicas comumente são publicadas em jornais e revistas. Em alguns casos, são depois reunidas em livros. Vovô Antônio já tem um livro de crônicas publicado. Agora o plano é reunir crônicas em livro eletrônico.
Várias crônicas cabem num único livro. E um livro, cabe numa crônica? Uma crônica ou um resumo se propõe, não raro, dar uma ideia de um livro. Um trabalho meu, intitulado O Homem e a Água, mereceu um resumo perfeito na revista Extensão em Minas Gerais. Atingiu o âmago, a medula do texto. Lembrei-me do bordão de Rolando Lero: – Captei, captei vossa mensagem, amado mestre!
Eh, Laurinha, você tem razão. Que tal ler a outra página? Uma crônica curtinha é fácil de ler. E posso ler uma de cada vez. Indo ao fundo do baú, em latim: “Nulla dies sine linea”. Nem um dia sem uma linha, ou um traço. Segundo Plínio, o Velho, tio de Plínio, o Jovem, tal lema deve ser atribuído ao grego Apeles, grande pintor da Antiguidade. Consta que Apeles não passava um dia sem se exercitar na pintura. Aos poucos, o lema de Apeles passou a ser mote para artistas e escritores. Laura e Elisa, se vocês decorarem uma palavrinha por dia, no fim do ano são 365 palavras novas. Isso dá uma sopa de letrinhas.