Não João, a Gente Tinha Morrido se eu não Tivesse Mantido a Calma...
- Crônica do dia 15-11-2018 -
E eu estava numa daquelas curvas da BR que passa depois de Teófilo Otoni, o pai de Wanessa estava na direção, Augusto. O caminhão perdeu o freio!
E a gente estava descendo com tudo, com tudo com tudo, e o pai da Wanessa começou a se desesperar e queria tombar o caminhão, e eu disse não, me passe o volante aqui!
Aí eu segurei o volante e fui por cima dele e coloquei o pé na embreagem e ele saiu por debaixo de mim, para o banco do passageiro.
Branco! Mas branco! Pense num homem que ficou branco!
Ele com aqueles olhão verde esbugalhado olhando pra mim e gritando:
- Tomba o caminhão! Tomba o caminhão! Tomba o caminhão!
Há há! Eu disse a ele:
- Agora eu tombe!
Ele parou, e ficou olhando estatelado pra mim, e eu continuei:
- Tenha calma rapaz, vamos fazer a curva...
Eu peguei o volante com toda tranquilidade, comecei a virar, e fazia as curvas “zunindo”! A sorte é que o caminhão já estava vazio, se não ele tombava!
E aí eu pisando na embreagem e puxava a marcha pra tentar trocar, e ela não entrava de jeito nenhum. E eu também não podia fazer muita força pra a marcha entrar, se não o câmbio quebrava e a gente morria.
E aí eu fui reduzindo as marchas, uma curva depois da outra, até que eu coloquei a primeira e usei o freio do motor!
Eu dei um sorriso de canto de boca e o pai de Wanessa deu um pulo do banco do passageiro, gritando de alegria igual a um desesperado. Eu disse a ele:
- Que foi João?
- Mas Getúlio! Você é muito tranquilo rapaz! Como é que você consegue ficar tranquilo numa situação dessa? A gente ia morrer!
Só que ele não entendeu, aí eu tive de explicar:
- Não João, a gente tinha morrido se eu não tivesse mantido a calma...
Graciliano Tolentino
15-11-2018
- Crônica do dia 15-11-2018 -
E eu estava numa daquelas curvas da BR que passa depois de Teófilo Otoni, o pai de Wanessa estava na direção, Augusto. O caminhão perdeu o freio!
E a gente estava descendo com tudo, com tudo com tudo, e o pai da Wanessa começou a se desesperar e queria tombar o caminhão, e eu disse não, me passe o volante aqui!
Aí eu segurei o volante e fui por cima dele e coloquei o pé na embreagem e ele saiu por debaixo de mim, para o banco do passageiro.
Branco! Mas branco! Pense num homem que ficou branco!
Ele com aqueles olhão verde esbugalhado olhando pra mim e gritando:
- Tomba o caminhão! Tomba o caminhão! Tomba o caminhão!
Há há! Eu disse a ele:
- Agora eu tombe!
Ele parou, e ficou olhando estatelado pra mim, e eu continuei:
- Tenha calma rapaz, vamos fazer a curva...
Eu peguei o volante com toda tranquilidade, comecei a virar, e fazia as curvas “zunindo”! A sorte é que o caminhão já estava vazio, se não ele tombava!
E aí eu pisando na embreagem e puxava a marcha pra tentar trocar, e ela não entrava de jeito nenhum. E eu também não podia fazer muita força pra a marcha entrar, se não o câmbio quebrava e a gente morria.
E aí eu fui reduzindo as marchas, uma curva depois da outra, até que eu coloquei a primeira e usei o freio do motor!
Eu dei um sorriso de canto de boca e o pai de Wanessa deu um pulo do banco do passageiro, gritando de alegria igual a um desesperado. Eu disse a ele:
- Que foi João?
- Mas Getúlio! Você é muito tranquilo rapaz! Como é que você consegue ficar tranquilo numa situação dessa? A gente ia morrer!
Só que ele não entendeu, aí eu tive de explicar:
- Não João, a gente tinha morrido se eu não tivesse mantido a calma...
Graciliano Tolentino
15-11-2018