Chuvas de novembro
Depois de tanto penar sob o sol escaldante que não tem nos dado folga, percebo-me perdido entre as gotas de chuva que escorre sobre meu corpo. Perceber-se nas transparências da água que banha a Terra está sendo fundamental para que se expanda um novo horizonte.
Anda chovendo amor. Ou melhor, amores andam sendo cuspido aos quatro ventos, mas há chuva em novembro e nos vai mostrar que amor não é carência, que sexo, apesar de ser fundamental, não é essencial. Não vamos nos intimidar com a chuva que nos banha a todos.
O áspero sol escondeu-se por trás das nuvens. Quis saciar a sede dos amantes noturnos, dos que incansavelmente reclamavam do calor.
E novembro decidiu chover.
Que a transparência das águas sejam reflexo dos nossos anseios, que a nossa sede seja matada e, acima de tudo, que sejamos limpos das vulgares sensações, do comodismo, da apatia e de tudo o que nos afasta de quem somos.
Porque novembro decidiu chover.
Esperamos que a chuva não seja em vão...