NADA SEI (BVIW)
 
Ah, se a força do espírito e da palavra me revelasse os segredos que ignoro, se eu não fosse obrigada a dizer tristemente que não sei; se, finalmente, eu pudesse conhecer tudo o que o mundo esconde em si mesmo e, sem mais me prender a palavras inúteis, ver o que a natureza contém de secreta energia e de eternas sementes.
Ah, se eu soubesse  o que é o homem, qual a sua função, qual a sua natureza, o seu destino... Mas nada sei, então, contento-me com o que diz Santo Agostinho: “Constitui uma grande coisa o homem porque Deus o fez à sua imagem, mas o homem permanece em si mesmo um mistério”.
SE eu  soubesse que é caminhando que a gente faz o caminho, seguiria em frente e quando não houvesse luz, que as estrelas me guiassem e no silêncio da noite eu pudesse observar tudo quanto dorme...
Agora, se eu soubesse quais são os meus “SEs” e os “SEs” do outro e aonde os li para lhes conferir o devido crédito, seria bem mais honesto de minha parte.
                     
                         

 
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 14/11/2018
Reeditado em 14/11/2018
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