Pontes e Perdas irreversíveis - BVIW
Se soubéssemos das tantas coisas que a vida teria para ofertar em seu decorrer, talvez nem saberíamos escolher direito. Em cada etapa nossos quereres sofrem modificações nada filantrópicas. Se as escolhas forem por instinto, um destino; se forem passionais, um drama, uma loteria ou desabamento de pontes.
Casais que a princípio morrem de amor não se preparam para o dia da dor do fim: palavra não desejada. Depois, rancores tiram poeira da estrada. Se soubesse que João seria safado, teria escolhido Pedro, que era terno. E sobre profissões? Basta ser gratificante? E se essa sensação nos iludir a ponto de abrirmos mão de outros valores? Ao contabilizar, onde foi que erramos? A hora de pendurar as chuteiras pode ser a que morre uma estrela.
Mas o pior de tudo é perder as pessoas que amamos. Podemos incluir na lista além das que morrem, as que ficam no outro lado da ponte. Aquela ponte que desaba independente do nosso desejo. A ponte que não suporta o peso das nossas imperfeições, inquietudes e ansiedades.
Marília L Paixão
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