Estamos atravessando uma fase de incertezas, muita ansiedade e apreensão; independente de ideologias e partidos políticos, as pessoas estão conscientes que as necessidades básicas da grande maioria, não estão sendo supridas. E para grande surpresa, a generosidade aflorou em muitos; e isso é muito bom. Acredito no ser humano, a vida não teria muito sentido se deixasse de ter fé nas pessoas; e essa eleição mexeu com muita gente. Agora é hora de arregaçar as mangas e fazer a grande faxina, limpar e esfregar a sujeira, abrir as janelas e deixar o ar entrar. Abastecer os armários da cozinha, colocar comida na mesa de quem anda passando perrengue, repor medicamentos nas prateleiras e movimentar oportunidades de aprendizado e trabalho. O povo está faminto e já vem sofrendo por muito tempo; precisamos nos unir e de alguma forma reaprender a praticar a generosidade.

Aprendi recentemente a palavra interser com a Fabiana,  é uma palavra que ainda não se encontra no dicionário, mas se combinarmos o radical inter com o verbo ser, teremos um novo verbo: interser.
De acordo com o monge budista Thich Nhât Hanh, Ser é interser. Não podemos simplesmente ser sozinhos e isolados. Temos de interser com tudo o mais. Faz sentido.

Nesse instante, muitos instrutores conceituados estão disponibilizando práticas de meditação online gratuitas, pessoas do bem coletam alimentos e distribuem para os necessitados, outros recolhem doações, muitos oram, rezam, invocam e pedem por todos que sofrem.
Eles estão ‘’intersendo’’, se preocupando e fazendo o que acreditam que pode fazer alguma diferença. Se cada um fizer sua parte, mesmo que seja respeitando as regras do trânsito; já vai estar contribuindo para um tempo melhor.
Não existe mínimo, mas sim, minorias sedentas e famintas. Acho que a idéia de competir, ser o melhor e ''o grande vencedor'' já deu; estamos vivendo novos tempos, me interessa  cooperar e pensar no conjunto. Interser.

Nota: Para Fabiana Gomes, que sabe ''Interser'' lindamente.